Nos idos de 75, Lisboa encheu-se de murais e cartazes tonitruantes onde, no seu grafismo a vermelho e amarelo, se revelava urbi et orbi a grandiosa libertação do Grande Educador: uma mole imensa levava em ombros o camarada dirigente após, subentendendo-se, uma heróica marcha de protesto à qual os agentes social-fascistas não tiveram outro remédio senão obedecer.
Hoje, o parlamento parecia um mural do MR. Palmas, abraços ("sou a tua libertação - trouxe confettis!"), sorrisos de dever cumprido, " a democracia salvou-se" - a alegria de ver um amigo fora da prisão aproximando-se rapidamente da demagogia.
Como bem observou Bettencourt Resendes, Paulo Pedroso "está tão inocente hoje como em Maio". E tão indiciado hoje como em Maio.
No final dos julgamentos espero que não fique a ideia que tudo isto não passou de um alegre carnaval para entreter burgueses. Les cons.
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