janeiro 08, 2004

NÃO PAGAMOS...

Ando com a notícia no bolso há uns dias, encalhada em qualquer coisa que não sei muito bem o que é: o Director-Geral das Finanças decretou que os funcionários das finanças não são obrigados a pagar multas quando ao serviço do Estado. Isto, diz a notícia, na sequência de um imbróglio em que se meteu, depois de se ter recusado a pagar uma multa que lhe foi passada pela EMEL por estacionamento indevido.

O que a encalha, pode ser qualquer coisa como isto:

- O senhor Director-Geral achar normal que se infrinja a lei quando ao serviço do Estado (algo parecido como o Presidente da República condenar o frequente desrespeito dos limites de velocidade pelos condutores portugueses e ser apanhado, numa viagem do Porto para Aveiro, a circular no carro oficial a mais de 160km/h) o que permite a conclusão de que, para ele ou a lei é uma coisa a que se podem sobrepor os interesses do Estado ou que há portugueses de 1ª (os que podem ignorar as regras) e portugueses de 2ª;

ou

- O senhor Director-Geral ter entendido que é perfeitamente natural ser-se juiz em causa própria.

Ora como o Estado me leva em impostos mais de 1/3 do que ganho, é perfeitamente admissível eu considerar que, quando estou a trabalhar, estou ao serviço do Estado. Pelo que decidi e torno público que, a partir de hoje, tenho todo o direito de não pagar multas.

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