janeiro 30, 2004

AV ROMA

Pela avenida de Roma se espalharam muitos prédios de rendimento versão finais dos anos 50/princípios dos 60: caixotes sem varandas, a que só as boas áreas e acabamentos e a capacidade económica dos seus habitantes deu a aparência de qualidade que faltava à arquitectura. Uma espécie de plain portuguese architecture esticada até bem dentro do século vinte.

Houve, no entanto, excepções: no cruzamento com a avenida dos EUA, depois de uma das quatro torres gloriosas, existe este edifício. Jogo de volumes que resolvem a intersecção dos planos das duas massas diferentes que os ladeiam, varandas desafogadas abertas para os dois lados e que permitem um continuum entre os mesmos para os moradores. Um edifício que tem coisas a oferecer, estímulos, descobertas a fazer por quem nele demorar o olhar e com ele aprender a ver.

Não é preciso a arquitectura ser espectáculo para ser reparada. Basta pensá-la um bocadinho.

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