março 31, 2004

25 DE ABRIL: EVOLUÇÃO

O Planeta inicia hoje uma série dedicada aos 30 anos da Evolução do 25 de Abril de 1974





[montagem a partir de imagens de EPA Photo Lusa/Andre Kosters e Cartaz do MDP/CDE reproduzido no República s/identificação de autor]

março 30, 2004


Este contentor é uma bi-metáfora.

Sou eu, porque já ultrapassei o meu limite.
É Portugal porque toda a gente se esteve a cagar para as regras e o continuou a encher de merda para além dos limites.

março 29, 2004

EM VEZ DE REVOLUÇÃO, RECREAÇÃO



... e o povo é tão fácil de acomodar. Para quê desperdiçar recursos com campanhas e discursos explicatórios quando com meio quilo de broa e um bom circo se apagam as memórias de Abril?

TEMPUS FUGIT UNDERGROUND

METRO DE LISBOA, ESTAÇÃO CHIADO



O IPPAR IPPA!

Desta maneira magnífica. Obrigando os donos dos prédios a mascarar novas portas de garagem de antigas portas de entrada.

Se a tontice pagasse imposto, a meta de 3% do défice estava garantida.

março 28, 2004

A SAÍDA PARA A CRISE

Caro Zé Manel,

Atendendo a que a crise está para lavar e durar na Europa, é claro que, neste cantinho, apesar das restrições e das receitas extraordinárias, do discurso optimista e da maioria política, ela ainda se irá prolongar por muito tempo.

De maneira que, se ainda te queres manter politicamente, o que te aconselho é que vás fazendo uns discursos à volta de maiorias claras até às eleições europeias e depois, com base nos resultados negativos, expliques que o pântano criado não te deixa cumprir o sonho que tens para o país e te demitas.

Com um pouco de sorte, ainda te fazes eleger Presidente da República.

março 26, 2004

NOVA LOJA


A rua é uma das que, no Bairro Alto, paralelas à Rua da Rosa, sobem da Calçada do Combro / Calhariz até ao Príncipe Real. Fica um bocadinho antes (para quem sobe) do Casanostra. A loja é uma daquelas impossibilidades mercantis que dá um prazer imenso visitar e consumir. Tem chocolates belgas e Feno de Portugal. Tem pão do Alentejo e enchidos de fumeiro. Massas italianas artesanais e doces feitos quase um a um, em frascos com rótulos giros, pequenos, graciosos. Tem uma dona que é uma simpatia. Tem café fresco em grão e em chávena. Tem a improbabilidade de durar muito tempo num bairro que, de dia, é habitado por pensionistas e reformados e, de noite, por tribos várias que até poderiam gostar mas, as mais das vezes, só têm cheta para os copos e para os cheiros. Por isso é bom ir lá já, antes que se esgote.

PAP'AÇORDA

Lisboa, Bairro Alto.

Come-se satisfeito. Todas as companhias com quem partilhei o prazer de aqui comer são boas recordações.

Li algures que o serviço consegue ser embirrante. (Há um pedantismo irritante quando se exagera no desafio do politicamente correcto).

Tenho pena que a Marta não esteja contactável para lhe dizer que, por aqui, se come da melhor açorda fina lisboeta.

O CAMINHO DAS PEDRAS

Não sou original no que vou escrever, muitos o disseram e debateram já: uma das características mais fascinantes da internet é a possibilidade de ir descobrindo mundos à medida que se vai saltando de link em link. Acredito que os blogs nasçam quase todos de um sentimento hedonista de fazer do ecran do computador um espelho; no entanto, para além de reflexos do seu autor, eles são elos de uma corrente infinita em constante alteração - que tal usar essa identidade, ampliá-la, reconstruí-la e no caminho complementar essa mesma auto-imagem?

O Daniel, publica uma colecção de links heterogéneos. Eu bisbilhoto-os e salto para outros links. Encontro o livro de Dan Eldon ( The Journey is the Destination) e deslumbro-me, como me sempre acontece quando encontro estas obras, diários multi-camada, feitos de palavras, imagens, reconstruções de imagens, trabalhos do olhar e do sentir sobre outros olhares e outros sentires.

Dan Eldon era um fotojornalista e morreu em serviço na Somália, apedrejado por uma multidão ignorante (haverá multidões inteligentes?). Morte bíblica e pessoana (morre jovem quem os deuses amam...). A mãe, antiga jornalista, editou os diários do filho e publicou uma selecção do mesmos neste livro.

Se eu conseguisse fazer no meu planeta o equivalente informático destes "journals" era um homem feliz.

março 25, 2004

IT'S DISMISSED!

O arquivamento do processo da queda da ponte de Entre-os-Rios decidido hoje era inevitável. Seria difícil pôr meio país na prisão.

vejamos: era lógico acusar o engenheiro que investigou as fundações e concluiu pelo seu mau-estado sem acusar o director que recebeu o seu relatório e o comunicou às chefias? Acusar as chefias por não terem imediatamente decidido construir uma nova ponte e interditar a exsitente sem acusar o secretário de estado, o ministro e o primeiro-ministro que não disponibilizaram verbas? E porquê disponibilizar verbas para esta e não para todas as outras nas mesmas circunstâncias? Quantas pontes existem no mesmo estado? Inúmeras. Quantos viadutos, obras de arte, muros de suporte, edifícios? Inúmeros. Pode-se interditar tudo e construir tudo de novo em simultâneo?

O problema de Entre-os Rios foi que, ao contrário do que é habitual em Portugal, os deuses não sorriram ao poder público - a ponte caiu antes de tempo. Ou seja, a ponte caiu quando todos os factores passíveis de afectar a sua estabilidade ocorreram todos em simultâneo, o que, felizmente para o estado de espírito nacional, é raro.

Já me referi várias vezes neste blog (ver posts sobre reabilitação urbana, links ao lado) ao péssimo estado de conservação da maior parte dos edifícios existentes nas zonas históricas de Lisboa. Não tenho dúvidas de que, na ocorrência de um sismo com uma magnitude superior ao de 1969, muitas fachadas ruirão, muitos pisos colapsarão, muitas vidas sossobrarão. Para alguns, um sismo não será preciso: bastará que se verifique a mesma conjugação infortuna verificada há três anos atrás, para simplesmente ruirem. E haverá um inquérito que, provavelmente, será arquivado uns anos depois. Porque, a acusar alguém, todos teremos de ser acusados. Todos pactuamos com este varrer de responsabilidades para debaixo do tapete. Todos achamos que deverá haver prioridades, não se fazendo tudo ao mesmo tempo. Todos dobramos os cantos da lei, porque, já se vê, a lei não pode ser integralmente cumprida. Todos poupamos nos impostos. Todos somos parcos no levabtar da voz quando o tema é o investimento do estado na segurança e no bem-estar dos outros.

A culpa em Entre-os-Rios morre sózinha, sim. Como tem morrido sempre. Como morreu no Chiado quando os bombeiros tiveram de passar a 2 à hora na gincana da Rua do Carmo aprovada por Nuno Abecasis. Como morreu no aeroporto de Faro quando um avião charter caiu por falta de equipamento de pista actualizado. Como morre em todas as estradas deste país, nos traçados mal-pensados da serra do Marão, do IP3, do IP5, nos traçados mal-conservados espalhados pelo país. Porque é que acharam que, desta vez (e a três anos-três de distância) haveria de ser diferente?

março 24, 2004

REBOQUE TURNS GOURMET VIII - DILEMA PROFUNDO



Os melhores espargos são os verdes ou os brancos? Eu confesso que perante um conjunto de emaciados e moles espargos brancos, servidos com maionese, molho de manteiga ou mousseline (para não falar das inacreditáveis baixas temperaturas a que é moda servi-los) não percebo como, durante tanto tempo, eles puderam estar associados a ideias de preservação do tónus. Como é que uma ponta insípidamente preparada poderia competir com o vigor visual que, mesmo depois de cozinhados, os seus companheiros verdes apresentam é coisa que me ultrapassa.

Um espargo branco é um produto contra-natura, isolado do Sol. É um resquício do tempo em que uma pele tisnada pelo Sol era sinónimo de classe baixa, onde cada centímetro de pele era cuidadosamente coberto de rendes, folhos, mousselinas, algodões, fazendas. Cheira a mofo, a arcas bolorentas, a preconceitos sem sentido e sem lugar.

Um espargo exige-se verde. Verdes pois venham eles e rapidamente passados pelo calor, crocantes, perturbantes, plenos de subtileza e promessas de gostos solares. Verdes pois, subtis e enebriantes, acompanhados por um seco branco para que, imperturbados cumpram a sua missão de agradar.

ARQUITECTURA E PODER



Menos de 250 anos anos separam a concepção destes dois edifícios. Em ambos se corporiza um poder. Perante ambos há um momento de suspensão da respiração, uma quase inconsciente homenagem à diferença que não é mais do que a subtil reverência à força do dinheiro. Da Asamkirche, esquecidos os seus originais proprietários, perdida na usura do tempo a sua importância fica o anárquico gesto rigidamente controlado do seu autor. O que ficará da sede da Bayerische Motor Werkraft em 2200?

OBRAS COMPARTICIPADAS

março 23, 2004

VITUALHAS

Mildly depressed. A única forma que encontro para combater este estado de espírito é, à falta de as provar, regalar os olhos nisto:









março 22, 2004

O NEGÓCIO DO FUTURO



Tenho uma visão pessimista do futuro deste mundo.
Não estão a ser dados passos significativos para a redução das emissões de carbono, da poluição nos mares, do abate das florestas tropicais, do consumo avassalador dos recursos do planeta.
Não existe uma vontade real de procurar o equilíbrio entre o ser humano e o meio ambiente.
A humanidade esgota recursos, tempo e vidas em guerras fraticidas, a maior parte das vezes por motivos irrisórios, passíveis de ser resolvidos pela via do diálogo.
A disseminação, por grupelhos mais ou menos anónimos, de armas com um poder de destruição inimaginável, torna possíveis e prováveis ataques cujos efeitos destabilizadores perdurarão no tempo.
Mesmo que, por um milagre, todas estas nuvens desaparecessem, no meu país não existem sinais que permitam esperar que a crise financeira, educacional e moral se resolva a curto prazo - a classe política existente é globalmente medíocre, sem uma visão de futuro e sem o espírito de missão necessário para a cumprir;as novas gerações não estão a ser preparadas para virem a ser uma sociedade mais trabalhadora, mais sapiente, mais informada, mais eficaz, mais equilibrada não sendo por isso de esperar que os políticos, empresários e dirigentes que dela saiam suplantem os existentes.
Tenho uma visão pessimista do futuro deste mundo.

ISRAEL/HAMAS 2

Os lideres que restam do Hamas prometeram encher Israel de atentados e de centenas de mortos civis na sequência do assassinato do seu chefe espiritual. Julgava que era isso que têm vindo a fazer desde há anos.

ISRAEL/HAMAS 1

O que diferencia o terrorismo de Estado do terrorismo-outro? O número de cabeças em nome de quem se age?

PUTTING OUT FIRE

Com a boa-vontade que nos caracteriza como povo, as zonas ardidas nos incêndios do Verão passado estão a ser reflorestadas. Segundo os mesmos critérios aleatórios e casuísticos ignorando, na maior parte dos casos, caminhos corta-fogo, alternância de espécies, tudo aquilo que ouvimos que deve ser feito a todos os agentes no rescaldo de cada época de incêndios.
Nuca aprendemos.

ESQUERDA VOLVER

Jack Straw, Ministro dos Negócios Estrangeiros britânico manifestou a oposição do seu Governo ao assassinato do líder espiritual do Hamas por Israel. Das diversas acusações que dirigiu ao acto, há uma significante: "unlawfull".
Vindo de um gabinete que, há menos de um ano se declarava persistente na sua intenção de invadir o Iraque ao arrepio do direito internacional, é notável a cambalhota.

março 21, 2004

PRIMAVERA

Gosto do cheiro da terra molhada.
Gosto do ar seco e da brisa quente.
Gosto dos dias maiores.
Gosto de subir ao castelo e ver a cidade perdida no meio da luz forte.
Gosto de descer as ruelas de Alfama e sentir o cheiro das sardinhas que se assam.
Gosto da sombra dos jardins.
Gosto de saber que ainda temos o Verão e o Outono antes de voltar o frio.
Gosto das folhas que vão progressivamente concedendo penumbra às ruas.
Gosto da placidez da atmosfera.
Gosto da enganadora mentira da natureza que parece em paz e fervilha fecunda.

Gosto de sentir tudo a recomeçar.

março 20, 2004

DIALOGAR

Mário Soares defendeu esta semana, o diálogo com a Al-Qaeda.

Nunca pensei que, ao fim deste tempo todo, Soares se confessasse guterrista...

QUINTA DAS CONCHAS - UMA BATALHA PERDIDA?



A Quinta das Conchas é um imenso parque urbano situado no Lumiar, "nacionalizado" em 1974. Durante anos e apesar do pouco investimento feito pela Câmara serviu a sua função de campo de jogos, retiro de reformados, passeio de avós e netos, cenário para idílios amorosos, sem sobressaltos de maior e sem maiores pretensões.



Com o desenvolvimento do projecto do "Alto do Lumiar" (recrismado "Alta de Lisboa" na esperança de atrair mais compradores) começou a desenhar-se uma tentativa de o cortar ao meio com uma via rodoviária que permitisse um atalho aos habitantes do condomínio seu vizinho.

Fizeram-se manifestações e elaboraram-se protestos. Os representantes camarários juraram pela saúde da mãezinha que não havia um pingo de hipótese dos receios virem a ser rrealidade. Confrontados com o derrube parcial do muro separador do parque logo ameaçaram a SGAL com pesadas multas e a intimaram a repôr o dito.

Ontem, passei pelo Parque. Não passeei muito porque estava quase todo vedado - as 'obras prometidas pelo presidente', pensei. Indo por caminhos ainda possíveis, dei com o troço do muro junto ao tal condomínio completamente deseparecido. Junto as fotos - este caminho não está mesmo a pedir uma pavimentaçãozinha que permita a circulação dos carros dos moradores?



AND NOW FOR SOMETHING COMPLETELY DIFFERENT



Number 23 - the soup!

os monólogos do oriente

Sabem, isto de ir à China é muito complicado...


© Amir Sfair Filho / Agência Espetaculum

Mais do que elaborar uma coreografia sobre o prazer, Rui Horta elaborou-a com prazer e é pelo prazer que senti ao vivê-la que a refiro. Enquanto as duas primeiras apresentações deste terceiro programa da temporada do Ballet Gulbenkian me apareceram como elaborações racionais à volta de um tema - e daí menos facilmente aderíveis, necessitando de um patamar de gosto, de uma quase reflexão - estes "monólogos" exalam um permanente divertimento, uma harmonia de sentidos, uma sintonia entre o que seria o tema a tratar - o prazer - e o sentir do seu autor.

No Grande Auditório sempre me pareceu difícil descompôr a audiência - há a solenidade cultural do espaço, o peso da instituição a sua garantia de qualidade e tudo isto dá um ar muito sério às coisas, às pessoas. Ontem, o público riu, divertiu-se, entusismou-se - verdadeiro prazer. Gostei muito do equilíbrio entre coreografia, cenografia, iluminação - não por acaso, partindo tudo da mesma mão.

E, sabem?, antes de ir à China, passo pelo restaurante chinês do Martim Moniz que me dizem que é o melhor da cidade, para me ambientar. É que isto de ir à China é muito complicado...

março 19, 2004

SINGULARITY WATCH

(...)computer complexity has been increasing at a double exponential pace for over a century now, without exception (actually, for billions of years when we consider molecular, cellular, and organismic "computers"). This means the rate of acceleration is itself gently accelerating, while modern computer design becomes ever more human-independent, allowing us to forsee a future of emergent Autonomous Intelligence (A.I.). For the first time in human history, we have a rough quantitative sense of when our double accelerating computer and our finite and bounded human complexity curves will roughly intersect. Some project a "self-evolved" human-equivalent machine intelligence will arrive by 2030. Others by 2070.
(...)since the late 1960's, the fields of scientometrics and informetrics have been measuring the growth rate of various informational parameters in technological society. It has become clear that the "doubling rates" of scientific and general information are, like computer complexity, also progressively shortening each year (down from 15 years in the 1960's to 5-7 years or less by 2001, for several parameters). Some observers have projected that machine complexity will continue to drive these rates ever faster, until a time when the rate of change will appear effectively instantaneous to a biological human observer. Interestingly, this projected date also occurs circa 2020 to 2060, providing yet more independent—though still circumstantial—evidence that a transition of deep significance to biological organisms is rapidly headed our way.
(...)the evolutionary computational developmental paradigms of our applications, agents and robots in coming decades may be engaged in replicating the entire metazoan evolutionary developmental learning curve, taking our digital systems from insect to human level intelligence within approximately 40 years. Most importantly, if these increasingly intelligent computational systems are ever more balanced and integrated with human society, and providing increasingly useful solutions to human problems, humankind will allow this evolutionary learning process to continue unabated. As environmental inputs drive evolutionary learning, human guidance will be only minimally required in this process, perhaps primarily to ensure developmental safety.
(...)If all of this is true, even partially so, how will we create this merger, how will we enter this Symbiosis Age (an apparent successor to the Information Age) in a balanced and sustainable fashion? How will we protect both our humanity and our deep respect for the biological world? How do we ensure the stability, diversity, and spirit of world culture as it undergoes this apparently inevitable accelerating transformation? Will there be issues of safe artificial intelligence in the development process? Or will we find, as many now suspect, that technological systems are not in competition with biological ones, but will rapidly occupy entirely different niches? As our technologies begin to wake up, how do we use them today to improve the immune systems of human societies, in a world with access to ever more effective weapons of mass destruction? How can we continue to increase our scientific, personal and financial foresight in a world of accelerating change? Which sciences, technologies, businesses, and humanist practices will aid and inform us during this accelerating transition?

março 18, 2004

EXPERIÊNCIAS

O que é que o jornalista da TVI teria feito se a sua mochila propositadamente esquecida na zona de embarque do aeroporto fosse identificada como uma potencial bomba?

- Perante o circo todo montado teria dito, "não se preocupem senhores das minas e armadilhas que isto era tudo a brincar!"

ou,

- Sairia de mansinho a assobiar para o lado e editado uma reportagem sobre o falso alarme vivido no aeroporto?

(É claro que o facto de se ter vivido hoje uma situação semelhante na Gare do Oriente não motivou esta reflexão.)

TVI

Oh... Então quer dizer que o jornalista da TVI comprou um bocado de plasticina e um telemóvel em Sevilha e ficou preocupado com a falta de segurança do espaço ibérico porque não foi imediatamente manietado pelos GOE e levado para uma prisão de máxima segurança para interrogatório cerrado durante um mês? Isto é que vai uma crise...

PORQUE NÃO?

Se assisto à demolição frequente de peças bonitas do património arquitectónico da minha cidade, a coberto de pretensas melhorias induzidas por nóveis edifícios assinados por arquitectos com nome, porque diabo não hei-de sonhar com a remoção dos estropícios que a enxameiam?
Estou divido quanto ao resultado final desta imagem: quero publicá-la mas, ao mesmo tempo, acho que lhe falta qualquer coisa para merecer a publicação:



Sendo esta actividade bloguista um jogo entre o ar blasé com que aparentamos escrever só para nós próprios e a curiosidade com que consultamos technoratis, counternãoseidasquantas e todos os demais, muito gostaria de ler opiniões críticas about it.

BOMBARDEIROS

Oiço uma notícia na TSF à volta da possibilidade de encerramento da Bombardier, das promessas do ministro, do desmentido das promessas do ministro feito pelo porta-voz da empresa, das promessas de compra pela Siemens, do desmentido das promessas da Siemens feito pelo porta-voz da empresa. Em resumo: morte anunciada para a que foi um dia conhecida como Sorefame.

Interrogo-me: se a empresa hoje não tem viabilidade, porque é que a compraram há uns anos, quando o mercado-alvo não seria tão diferente do de hoje? Haverá explicações mais tecnicamente suportadas, mais macroeconómicas, mais alicerçadas nos tão referidos tempos de crise mas, singela, surge-me esta: é sempre bom comprar uma empresa concorrente, pagá-la com as encomendas em carteira e fechá-la quando estas acabarem - sempre se afunda mais um porta-aviões no cartão da concorrência.

Com mais exemplos a comprová-lo, esta deveria ser uma boa história para o Governo reflectir, quando aceita sem restrições a venda ao capital estrangeiro de empresas de dimensão considerável e posição estratégica relevante e quando coloca como primeiro objectivo económico o apoio ao investimento estrangeiro em Portugal.

Cavalos de Troia.

CENSURAS

Ponho-me a olhar para a colina da Graça e dá-me um ataque de degeémismo versão anos 40: "demolia aquele ali, eliminava as excrescências dos outros dois, as marquises, os estropícios..."



Mas não se deve, pois não?

março 16, 2004

REBOQUE TURNS (HISTORICAL) GOURMET VII

(Re)folheava o "Livro de Mestre João Ribeiro" quando encontrei a ementa do banquete oferecido à rainha Isabel aquando da sua visita a Portugal em 1957 e a que eu me referi há uns posts atrás. Não resisto a publicá-la, acompanhada de uma fotografia do evento:



A selecção dos pratos é deveras curiosa e deverá ter sido objecto de cuidadas discussões:o que servir- cozinha tradicional portuguesa ou cozinha internacional? Quais os pratos preferidos de Sua Majestade? Mestre João Ribeiro, um dos grandes chefes de então (e de sempre), "cozinheiro executivo" do Aviz Hotel e depois do Restaurante Aviz terá pendido para a cozinha internacional, ainda que com algumas referências às origens portuguesas de alguns dos produtos. A escolha da galinha em detrimento da perdiz como seria de esperar no prato "à convento de Alcântara" deverá ter sido da responsabilidade de Salazar, sempre atento à economia (no prefácio do citado livro refere-se que o presidente do Concelho exigia sempre a prévia apresentação de três menus, decidindo-se invariavelmente pelo mais barato).

"Salmão do Minho" é outra referência curiosa: com tão variado e saboroso peixe (em 57 mais do que agora) na nossa costa que o bateria facilmente em gosto, o salmão parece compromisso de aliança, uma homenagem ao gosto britânico através de uma espécie que se podeia encontrar igualmente em Portugal. Bacalhau, claro está, não era para a fidalguia. Pior para eles que deixaram assm de o saborear "à Conde da Guarda", receita famosa da autoria do Mestre.

Finalmente, o doce. Ai as voltas que o senhor Abade de Priscos terá dado no sepultura! Não ficaria o real palato muito mais confortado com um fatia do saboroso pudim da sua autoria?

[ O Livro de Mestre João Ribeiro, organização e fixação do texto - José Labaredas e José Quitério, ed. Assírio e Alvim, Lisboa, 1996]

E O IPPAR - IPPA?


Anónima e sossegada, ronrona esta marquise ao Sol numa colina de Lisboa, erguida sobre um troço da muralha fernandina.

março 15, 2004

mylife

Sim, o silêncio das vidas que não vão poder ser mais nada. Mais ainda o silêncio que encontram os que ficam e não se prepararam para a despedida. Como deixar partir alguém sem mais um gesto de adeus, sem mais uma confirmação de carinho? Como aceitar findo algo que ficou a meio?

VITÓRIAS E DERROTAS 3

A quase certeza da autoria do atentado de 11 de Março pertencer à Al Qaeda dá ou tira votos a Bush nas eleições de Novembro?

A provável saída da Espanha do grupo de apoiantes activos da política norte-americana em relação ao Iraque terá algum efeito na mesma?

Qual será a atirude de Portugal após essa saída?

VITÓRIAS E DERROTAS 2

Afinal, apesar de tanta contestação politicamente correcta de políticos e jornalistas, a "traição" da esquerda catalã pagou. Não foi o líder do ERC que se encontrou secretamente com representantes da ETA, "negociando" um cessar-fogo da organização na Catalunha? Não rompeu o PSOE o acordo de governação que com ele mantinha na Generalitat da Catalunha por causa dessa mesma reunião? E não foi o ERC que viu subir de 1 para 8 o número de deputados seus eleitos na eleição de ontem?

VITÓRIAS E DERROTAS

Não me irrita mesmo nada a derrota do Partido Popular nas eleições de ontem em Espanha - aquele bigode mínimo e fora de moda do seu presidente sempre me pareceu a expressão visível de uma certa arrogância política e social, cujo exemplo maior, para mim, português, foi o caso Prestige. Não me alegra especialmente a vitória dos socialistas - não acredito que por aí venha mais solidariedade ibérica ou que o Governo de Madrid passe a dar a mesma protecção às empresas portuguesas que se queiram instalar em Espanha que dá às suas próprias indústrias. Nos tempos que correm - não é só cá - as mudanças de fundo entre centro direita e centro esquerda não acontecem, nos grandes temas - economia, União Europeia, cultura, comércio e relações exteriores. Existe desde há muito um consenso de interesse nacional que ultrapassa a luta partidária. Onde as diferenças acontecem é nas pequenas coisas, no maior ou menor respeito pelos cidadãos, pelos seus direitos, no modo como o poder se relaciona com os mesmos, na forma como se dirige a cada um. Aí, talvez os socialistas sejam uma boa notícia.

Apesar disso, o que me irrita profundamente é a sensação de que os socialistas não ganharam por mérito próprio, antes por demérito de Aznar e Rajoy no tratamento do atentado do dia 11. Mais, o que me irrita, decepciona e preocupa é a quase certeza de que, mais do que uma vitória a Zapatero, as eleições de ontem em Espanha tenham dado a primeira vitória democrática a Bin Laden.

março 14, 2004

março 13, 2004

BACKFIRE 2

Esta transferência da culpabilidade é absolutamente fantástica. Se nos portarmos com juizinho, não contestarmos ninguém, não defendermos os nossos pontos de vista, ninguém se virá meter connosco...

Eu não sou comunista, não sou judeu, não sou homossexual, posso dormir tranquilo. (Quem me está a bater à porta a estas horas da noite?)

BACKFIRE

Será que a Al-Qaeda vai dar a vitória improvável a Zapatero?

D'APRÈS ROTHKO

março 12, 2004

INCONGRUÊNCIAS

Muita gente defende (às vezes eu próprio) que estamos perante um choque civilizacional entre uma concepção medievalista da sociedade e um integrismo religioso que despreza a condição humana e o valor da vida e um conjunto de valores humanista herdeiro da tradição e da mensagem cristã. Até pode ser. Não será, no entanto, este o momento ideal para reflectir um pouco sobre como dessa "herança cristã" puderam sair situações como as geradas pelo capitalismo desenfreado, pela incessante procura do lucro, como a partir dela se puderam produzir sociedades de um hedonismo crescente que quase ignora o valor da solidariedade, sociedades que pagam o seu bem-estar com o mau-estar de outras?

Não será o momento para reflectir acerca das causas que levaram a estas mensagens tão aviltantemente mal-escritas?

USTÉ NÓ SE IMPIORTA DE HABLAR AQUI UM PIOCOXITO COM MÉ?

Que nós portugueses temos vocação para "as línguas" é voz comum. Que, ao contrário deles connosco, parecemos conseguir decifrar a torrente de palavras que sai em catadupa de uma boca espanhola (mesmo as "false friends" que são mais comuns do que julgamos), também. Que, mais ainda do que com a língua inglesa, temos mesmo jeito para falar espanhol, ninguém duvida.

Mas, já que estamos quase integrados em Espanha, não seria bom que pelo menos a comunicação social reconhecesse que espanholês não é espanhol e pagasse umas aulitas aos seus enviados especiais? Para nos poupar ao ridículo de intervenções como a que ouvi hoje na Antena 1: "Porqué usted hay venido desfilar mismo con iesta chuvia torrencial?"Eu tenho impressão que o homem a mandou à merda em calão, mas como reconheço a minha limitação "linguista", não tenho a certeza...

TVIces

E a propósito de terrorismo, atentados e insegurança não queremos deixar de ganhar alguns patacos pelo que o convidamos a participar nesta sondagem votando via SMS por apenas sessenta cêntimos...

BAD TIDINGS

Não sei como se evita uma guerra. Não sei se ainda teremos essa hipótese de recusarmos o confronto. Não sei se essa recusa não implicaria o abdicar de alguns dos valores mais importantes da sociedade ocidental. E, consequentemente, não sei se estaremos interessados em pagar esse preço.

As efemérides são uma coisa curiosa. Há vinte e nove anos, dois corpos militares do mesmo exército defrontavam-se sem razões definidas, dando origem a algumas das cenas mais surrealistas da televisão portuguesa, discutindo de G3s a tiracolo quem estava ali a defender mais a democracia, o povo, a revolução. Portugal, lentamente enterrava os seus fantasmas do passado e do futuro e começava a construção de um modelo de democracia ocidental. A Espanha, olhava de lado, o poder moribundo preocupado com o contágio revolucionário, muitos dos seus habitantes secretamente ansiando pela chegada da liberdade. Vinte e nove anos depois, com uma democracia sabiamente implantada e uma equilibrada gestão da autonomia dos seus diversos povos, assistem os dois com horror à chegada da barbárie. Terá vindo para se implantar de vez?

Curiosamente toda esta intolerância que se trata a golpes de bomba não me parece muito longe do anti-semitismo que parece recrudescer na Europa. E ainda que os israelitas na sua paranoia de sobrevivência sejam em parte responsáveis pelos anti-corpos gerados todas esta violência em nome de uma religião é tão repulsiva que me interrogo se não seria melhor enterrar todos esses ídolos num buraco bem longínquo da História.

março 11, 2004

março 10, 2004

mylife

are we included in this middle class portrait?
ARE we included in this middle class portrait?
ARE WE included in this middle class portrait?
ARE WE?
Are we included in this MIDDLE class portrait?
Are we included in this MIDDLE CLASS portrait?
MIDDLE CLASS?
MIDDLE
MIDDLE
MIDDLE
MIDDLE
class?

O LISBOA ARDEU

Pelo silêncio que mantém, o "observatório da política de libertinagem de PSL na CML" está mais interessado em ser cabotino do que em observar profundamente. Realmente a tosca história das palavras mal escolhidas no concurso para o Euro é muito mais importante do que as jogadas nos bastidores em relação ao PDM, aos mega-investimentos imobiliários e aos tiros de pólvora seca de quase todas as iniciativas mediaticamente anunciadas.

Em bem digo que há muita coisa que continuou apesar da mudança de côr política e que não interessa mesmo nada comentar.

A BARRIGA

...do Arquitecto. Este post. Ler.

DESENCONTROS

Há dias, contaram-me uma história que me fez relembrar a discussão mantida há uns meses com o Pedro Jordão (a propósito: boa-sorte com o novo trabalho!) acerca da compartimentação ou comunhão de trabalho entre arquitectos e engenheiros.

A história é, mais ou menos, assim: um arquitecto com alguns anos de tarimba e bons clientes em carteira projectou um grande edifício de habitação para Lisboa. Cópias feitas, processo de licenciamento entregue, aprovação camarária uns meses depois e toca a ligar aos engenheiros para fazerem os respectivos projectos de especialidades. Três dias antes do dead-line acordado com o cliente, o pânico: "Então e a verificação acústica? Onde é que está? Quem a faz?". Telefonemas desesperados a colegas, onde descobrir um especialista que a possa fazer em tão curto espaço de tempo, lá aparece um que se disponibiliza a tal. Dois dias depois, telefonema com más notícias: é preciso fazer alterações ao projecto de arquitectura que o cujo, ainda que arquitectonicamente bem pensado, "mete som a mais" entre vizinhos, partes comuns e privadas, exteriores e interiores. "Agora?", resposta a roçar o tom de pânico do projectista, "com o projecto aprovado, o orçamento feito e o cliente satisfeito? Nem pensar! O que é que vão pensar desta casa? Desembrulhe-se!"

O engenheiro desembrulhou-se. Fez a verificação baseado na solução correcta e escreveu, preto no branco, que para a mesma ser factual, teriam de ser efectuadas as correcções tal e tal ao projecto de arquitectura e empregues as respectivas soluções em obra.

As especialidades foram aprovadas uns tempos depois sem comentários. O prédio está a ser feito sem, que eu saiba, as alterações sugeridas e, mesmo com a crise, os andares - de "luxo"! - vendem-se muito razoavelmente. Parece que o arquitecto não gostou muito da atitude do engenheiro - imiscuir-se assim numa área que é da competência do arquitecto! - e resolveu esquecer-se do pagamento da respectiva factura durante uns tempos, após protestar pelo "elevado" valor da mesma.

Eu achei tudo isto tão engraçado que resolvi partilhá-lo por aqui. Na sua pequenez, revela como o país funciona neste campo: existem leis e regulamentos que se esgotam na formalidade da sua aprovação - não são para ser levados a sério. Existem arquitectos que funcionam a leste da técnica: a verificação acústica é o carro-vassoura que vem no fim a limpar os estiradores quando ela, a par da verificação térmica deveria constituir um instrumento fundamental durante a execução do projecto, designadamente para aferir a validade das opções que se pretendem adoptar. Finalmente, existe tanto gato a ser vendido como lebre que, se houvesse uma sindicância a tudo o que foi construído desde o início dos anos 80 (quando se começaram a publicar os diveros regulamentos em vigor) quase tudo teria de ser reconstruído.

É por estas e muitas outras que eu continuo a defender que um arquitecto, para ser um bom projectista, tem de ter uma consciência muito forte das soluções técnicas (estruturais, infraestruturais, térmicas, acústicas) possíveis. É óbvio que não precisará de dimensionar varões ou cabos eléctricos, condutas ou colectores. Mas é bom que saiba discutir quase mano a mano com cada especialista se não quer ficar com a cara à banda quando lhe fazem "desfeitas" como a contada aqui. É claro que pode sempre assobiar para o lado e dizer que a culpa não é dele. Ou fingir que não é nada e deixar andar. Mas isso é uma atitude poucochinha, não é?

março 09, 2004

PARA ARROGANTE ARROGANTE E MEIO

Em Manchester, os dois egos mais embirrantes do mundo do ludopédio enfrentaram-se com vantagem para o lusitano. Mais uns dias de insuportabilidade vinda das Antas. Mal menor a pagar pela satisfação de ver tanto bife palerma a morder os lábios depois das acusações de anti-desportivismo feitas ao fêcêpê. EAT YOUR HEARTS OUT.

ESPECTROS

Passo por eles sem os ver; são espectros, seres vivos reduzidos a esquemas simples de sobrevivência, anulações da condição humana que um dia foi sua. Por vezes desperto desta indiferença defensiva e procuro olhá-los nos olhos, fazê-los sentir que ainda existem que ainda contam.

Surpreendo-me nestes pensamentos e acho que são tudo menos politicamente correctos.

março 08, 2004

MEMORABILIA


Há muitos anos atrás, no tempo das sombras e nevoeiros, Portugal tirou o fato de cerimónia do armário, disfarçou as solas rotas, escondeu as cuecas esfiapadas e recebeu com pompa e circunstância a chefe de estado do país com quem celebrou a sua mais antiga aliança militar. Dessa vez, ainda que não tenha ficado perpetuada toponisticamente (como a do seu bisavô), a memória da sua passagem perdurou nas recordações de toda a geração lisboeta sua contemporânea pelo fausto pouco habitual na capital cinzenta de um cinzento país, pelo inusitado do desembarque num Cais das Colunas engalanado para o efeito e pelo uso dado aos já então museológicos coches do homónimo museu.

Descobri estas imagens na arca da família, tiradas por desconhecida mão. Pequenas fotografias de contacto, ganharam vida com as novas tecnologias: caras surgiram dos pequenos pontos anónimos, poses, estilos. Alegria e entusiasmo numa população pouco habituada a manifestações destas.



Pressinto em alguns, uma saudação à Liberdade, à representante de um povo que tinha vencido os exércitos do Eixo; uma saudação à Democracia. Noutros, o deslumbramento pelo fausto, pela fuga ao espírito em tom menor de pequena burguesia então dominante.

De um grupo retiro poses individuais possíveis em filmes europeus dos anos quarenta: imagem embaciada, polícias de quepi, jornalistas de gabardine e chapéu.

Os Restauradores sem placa central: que edifício será aquele, lá no cimo da avenida da Liberdade, tão alto para os padrões da época- o hotel Tivoli ou o S.Jorge?


CURIOSA

... a diferença de tratamento que Marcelo Rebelo de Sousa dispensou aos comportamentos dos presidentes das Câmaras de Lisboa e de Marco de Canavazes. Se a proximidade e a futura comunhão de interesses de Celorico e do Marco justificam alguma da incomodidade transparecida (e que o próprio relembrou), então o passado em comum e as lutas partilhadas deveriam justificar uma ainda maior deferência na análise a Santana Lopes. Mas quando os objectivos alheios colidem com a estratégia própria, lá se vão as antigas alianças.

Se PSL merece tudo o que Marcelo tem vindo a dizer dele, muito mais seria de ouvir referente a Avelino F. Torres. Eu, pelo menos, esperava isso do Professor. (Ou talvez não: a bonomia com que ele trata os desmandos do rei momo madeirense já seria indicador suficiente de que tal não iria acontecer.)

março 07, 2004

BOAS-VINDAS

Racionalismo alemão tremendamente infectado pela permanência prolongada neste bárbaro rectângulo latino. Bem-vindo Lutz a este planeta.

Já os arquitectos sem nome ou com nome que por aqui passeiam são totalmente portugueses e igualmente merecedores de leitura atenta. Bem-vindos também.

Confesso uma coisa: não sei quem foi Langton. Mas isso não me impede de gostar da sua formiga. Muito. (Que o seu bom regresso se prolongue!)

ARTE DECOR

Porque é que as padarias de Lisboa não têm decorações como estas?

março 06, 2004

GOTHIKA

... seria um filme de terror não fosse o incrível número de vezes que o microfone rouba a cena ao espreitar no cimo da tela. Uma vez por filme ainda se aceita, mas mais de uma dúzia? Para fazer par, há uma longa sequência em que o para-sol da câmera também se deixa filmar. Até parece um filme da Hammer.

RDA



Para os que acordaram para o mundo depois de 1989: esta é a última memória existente em Lisboa da finada R.D.A.

LX 04



Estava a olhar para este padrão de azulejos e a pensar que se parecia com qualquer coisa... Este subir e descer aleatório que os olhos fazem se a razão não intervir, não parece mesmo a política urbanística portuguesa?

BEM-AVENTURANÇAS

Bem-aventurados os que constroiem em lugares pouco publicitados porque afastado será deles todo o reino da polémica.