Sabem, isto de ir à China é muito complicado...
© Amir Sfair Filho / Agência Espetaculum
Mais do que elaborar uma coreografia sobre o prazer, Rui Horta elaborou-a com prazer e é pelo prazer que senti ao vivê-la que a refiro. Enquanto as duas primeiras apresentações deste terceiro programa da temporada do Ballet Gulbenkian me apareceram como elaborações racionais à volta de um tema - e daí menos facilmente aderíveis, necessitando de um patamar de gosto, de uma quase reflexão - estes "monólogos" exalam um permanente divertimento, uma harmonia de sentidos, uma sintonia entre o que seria o tema a tratar - o prazer - e o sentir do seu autor.
No Grande Auditório sempre me pareceu difícil descompôr a audiência - há a solenidade cultural do espaço, o peso da instituição a sua garantia de qualidade e tudo isto dá um ar muito sério às coisas, às pessoas. Ontem, o público riu, divertiu-se, entusismou-se - verdadeiro prazer. Gostei muito do equilíbrio entre coreografia, cenografia, iluminação - não por acaso, partindo tudo da mesma mão.
E, sabem?, antes de ir à China, passo pelo restaurante chinês do Martim Moniz que me dizem que é o melhor da cidade, para me ambientar. É que isto de ir à China é muito complicado...
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