março 02, 2004

BARATA SALGUEIRO


Ao lado da Cinemateca, esta forma "complexa", filha dilecta da situação de compromisso vigente em Lisboa desde há vinte anos, espécie de "entente cordiale" que nem é carne nem peixe, entre autarquia e promotores: uma fachada "preservada" num edifício totalmente novo, diferente no uso e no pensamento arquitectónico.

Porquê preservar esta fachada se tudo o mais se foi? Faz sentido? Que memória abortada é esta que se pretende preservar? Para além de uma declaração de falência intelectual e da autoridade do Estado de manter o que entende dever ser mantido, o que mais é este edifício com parte de uma fachada que não tem nada a ver com o tempo da sua construção?

(Como apêndice, muito gostaria de ver o seu comportamento num sismo de boa intensidade. Com a parte superior toda em betão - lajes e paredes, um batólito sobre outro batólito, um de cada material - aposto que daria um bom "case study")

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