Não sei como se evita uma guerra. Não sei se ainda teremos essa hipótese de recusarmos o confronto. Não sei se essa recusa não implicaria o abdicar de alguns dos valores mais importantes da sociedade ocidental. E, consequentemente, não sei se estaremos interessados em pagar esse preço.
As efemérides são uma coisa curiosa. Há vinte e nove anos, dois corpos militares do mesmo exército defrontavam-se sem razões definidas, dando origem a algumas das cenas mais surrealistas da televisão portuguesa, discutindo de G3s a tiracolo quem estava ali a defender mais a democracia, o povo, a revolução. Portugal, lentamente enterrava os seus fantasmas do passado e do futuro e começava a construção de um modelo de democracia ocidental. A Espanha, olhava de lado, o poder moribundo preocupado com o contágio revolucionário, muitos dos seus habitantes secretamente ansiando pela chegada da liberdade. Vinte e nove anos depois, com uma democracia sabiamente implantada e uma equilibrada gestão da autonomia dos seus diversos povos, assistem os dois com horror à chegada da barbárie. Terá vindo para se implantar de vez?
Curiosamente toda esta intolerância que se trata a golpes de bomba não me parece muito longe do anti-semitismo que parece recrudescer na Europa. E ainda que os israelitas na sua paranoia de sobrevivência sejam em parte responsáveis pelos anti-corpos gerados todas esta violência em nome de uma religião é tão repulsiva que me interrogo se não seria melhor enterrar todos esses ídolos num buraco bem longínquo da História.
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