Um.
Noto um certo cansaço na lusa blogolândia. Uma cada vez mais reduzida circulação de olhares pelos escritos dos outros, uma cada vez maior circulação em circuito fechado tu citas-me a mim, eu cito-te a ti, somos amigos, colegas, camaradas de partido. Talvez tudo isto tenha a ver com a repetição de ideias ou tiques, talvez tenha a ver com a transposição das capelinhas nacionais para o mundo internético. Jornalistas que escrevem por aqui e são lidos (e comentados) pelos colegas que, por sua vez, também têm o seu blog e são reciprocamente lidos e comentados. Berloquistas de esquerda e neo-cons lidos e citados reciprocamente. Escritores, poetas e aspirantes a. Há também todos os outros - muitos e muitos deles de muito boa qualidade (talvez de maior qualidade) - e se calhar todos estes olhares seriam merecedores de maior atenção e leitura do que os primeiros. Porque não têm o tempo de antena "no exterior", porque têm um olhar diferente. Porque, sendo a internet um outro espaço, mau seria se fosse apenas a repetição dos espaços habituais. Será por isso que este abrandamento de interesse surge.
Dois.
O Abrupto faz um ano e o mundo embandeira em arco. Confesso que também eu fui seu leitor assíduo. Mas cansei-me do seu autismo e do feroz egotismo - chega a aproximar-se do tom dos diários de Lazarote - das suas palavras. JPP tem a sua agenda e o seu percurso faz-se usando a blogolândia sem servir a blogolândia. Para ser usado sem receber nada em troca já me bastam os dias de eleições.
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