dezembro 14, 2003

DO "CONFORTO" NOS CAMPOS DE FUTEBOL DO EURO

Que os jornalistas falem e escrevam sobre assuntos que não dominam, recorrendo a fontes supostamente credíveis, é um facto da vida - ninguém pode ser especialista de tudo e alguém terá de servir de veículo entre o objecto e o espectador, de preferência alguém que domine as técnicas da comunicação e tenha o descernimento suficiente para saber distinguir entre o que é verdadeiro e o que não é.

Assisto, hoje em dia, ao progressivo aniquilamento dessas duas qualidades: nem as jovens "fornadas" parecem saber escrever com um mínimo de qualidade nem o discernimento parece viver os seus melhores dias.

Que tenham citado até à exaustão a "qualidade" que os novos "estádios" proporcionariam aos assistentes, ainda vá lá; que tenham concluído que era essa qualidade que impedia um número elevado de assistentes, já me pareceu um bocado autista, mas pronto.

Agora que, depois deles prontos e visitáveis ainda continuem a falar dessa "qualidade" esquecendo as correntes de ar nas Antas, a chuva que continua a molhar em todos eles, o desconforto que, obviamente, continuará a existir, porque todos eles são ainda recintos ao ar livre, já é indicador da indolência mental que ataca muitos.

E quando vejo a continuada mediocridade de que enfermam a maior parte dos jogos de futebol do campeonato português, sem preocupação por parte dos envolvidos em fazer corresponder aos muitos euros dependidos num bilhete um divertimento equivalente, fico sem perceber porque é que ninguém refere que as cadeiras só se mantêm vazias porque parvos, há cada vez menos.

Sem comentários: