À troca de posts que por aqui andam, à volta da questão do anti-semitismo, não tenho intenção de aderir, pelo muito (e quase tudo) que já foi dito.
Hoje, no entanto, volta à baila nas notícias o muro da vergonha que Israel está a construir à volta de parte dos territórios palestinianos. E a pergunta que me anda a perturbar há muito tempo volta insidiosa: porquê? Não porquê constroiem o muro, antes porquê tanta obstinação em dominar outro povo por parte de um povo cuja história colectiva de perseguições atrozes levaria a pressupôr uma maior tolerância no trato com os seus vizinhos?
Não vejo diferença entre este muro e o fecho dos guetos que os nazis levaram a cabo por toda a Europa ocupada. E não me venham com explicações de sobrevivência, de defesa: essas foram as razões assumidas pelo povo alemão no silêncio que acolheu a barbárie. Ouvi, há alguns anos, uma velha alemã insuspeita de nazismo referir isso mesmo: "aquilo tinha de ser feito porque "eles" nos estavam a dar cabo da economia". Assim. Sem ironias, nem ódio. Pensamento de regra e esquadro típico daquelas paragens. A uma israelita ouvi igualmente, não há muitos anos: "A terra é nossa; nós compramo-la. Temos de a defender." Não vejo diferenças.
A intolerância é a mesma e generaliza-se.
Ainda continua a fazer sentido o cartoon do António.
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