Segundo dados oficiais, há cerca de 550 mil fogos vagos no país. Destes, 170 mil estão no mercado de venda ou aluguer, os restantes (380 mil!), nem uma coisa nem outra - limitam-se a estar abandonados.
Hipótese 1: A lei das rendas revela-se eficaz em reanimar o mercado do arrendamento - principal objectivo da sua aprovação - e a maioria dos fogos agora vagos é arrendada. O que acontece com o mercado da construção, o qual representa cerca de 30% do PIB? Se continua no mesmo ritmo vai produzir para não vender. Se pára, onde vão ser absorvidos os excedentes de mão-de-obra e como vão cobrir as autarquias as receitas em falta?
Hipótese 2: O mercado de arrendamento continua estagnado (porque não é a actualização de rendas antigas por si só que vai afectar os valores das novas rendas) e a única coisa que a nova lei vai realmente conseguir é penalizar, mais uma vez, a classe média da faixa etária entre os 45 e os 65 anos, aquela que se casou antes da grande explosão da compra de habitação própria.
Espero que o Governo tenha analisado todas as vertentes deste problema em profundidade.
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