setembro 14, 2004

A REABILITAÇÃO URBANA E LISBOA (VIII) - RECRIA

Penso já ter escrito por aqui que o RECRIA foi criado com o pensamento nos edifícios oitocentistas que pululam em Lisboa, ignorando que o estado de profunda degradação dos edifícios dos chamados Bairros Históricos exige intervenções muito mais profundas que a superficial mudança de cobertura e revestimento das paredes exteriores, de vãos e, eventualmente de infra-estruturas eléctricas e de águas e esgotos.
Com a inocente boa-vontade que a caracterizou no início, a Direcção Municipal de Reabilitação Urbana patrocionou muitas intervenções com o apoio do RECRIA que seguiam, em passos latos, o que deveria ser uma intervenção num edifício oitocentista das avenidas novas, com patologias medianas e uma qualidade de construção razoável.
O resultado previsível pode-se ver, por exemplo, neste edifício

intervencionado há cerca de 10 anos.
Não causa assim admiração a fuga para os bairros novos da periferia (igualmente mal construídos mas com um período de degradação mais longo) ou para os caixotes deprimentes dos subúrbios.

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