Julgo que será cada vez mais difícil para os comediantes arranjar público em Portugal. Quem quererá gastar dinheiro a ouvir piadas requentadas quanto tanto disparate é debitado diária e gratuitamente via canais generalistas?
O José Eduardo Moniz referindo-se a um novo concurso: "Tem imensa piada... o concorrente pode perder quase tudo que tem em casa" (sorriso alarve, sorriso alarve...);
Uma peça jornalística que refere que os portugueses já sentem no bolso a retoma, seguida da reportagem sobre os salários em atraso na Casa do Douro;
O Ministro do Ambiente que já copiou o tique do seu colega da Defesa de apertar os esfinteres para ficar mais direito na cadeira (mais pose de Estado, mais pose de Estado) a citar ufano - com pausas dramáticas - o relatório da Comissão de inquérito ao acidente nas instalações da GALP de Matosinhos, acusando a empresa de conduta negligente e o presidente executivo da mesma a responder sorridente, no dia seguinte e após reunião com o ministro, que "aquilo" foi "um acidente de pequena dimensão" e que tudo "está bem".
Lamento mas não ouvi a prédica diária do senhor Primeiro-Ministro.
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