setembro 23, 2004

EM BRAGA HÁ PEDRADAS

Nunca pensei que a situação do país me afetasse tanto. Habituei-me a uma relação de alguma distância com ele, as dificuldades, a pequenez da nossa vida política impressionavam-me mas não a ponto de me alterar a disposição, os humores, a auto-estima.
Agora é diferente. A minha apreensão não reside no presente mas nas perspectivas do futuro. Acho que não há saída. Acho que, para além da nossa incapacidade de construir uma economia equilibrada, a nova ordem económica mundial que se configura a médio prazo com a ascensão da China e da Índia será catastrófica para a Europa - e, por maioria de razão, muito mais para Portugal.
Não temos futuro de jeito. Não somos bons para o construir e, mesmo que o tentássemos, o cenário exterior é totalmente opressivo para o conseguirmos.
Entretanto, os sintomas vão correndo por aí. Mongos sem mais nada para fazer ou para pensar ocupam o tédio à pedrada a outros que tais. Aí estão os estádios "familiares" do Euro a perder o verniz com que foram embrulhados na propaganda oficial. Bom sítio para levar os filhos a aprender o mundo cão em que vivem. Também o estádio está numa antiga pedreira. Queriam o quê...

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