abril 29, 2004
MAIS FOTOGRAFIA
Desconheço a autoria do blog.no.sapo. É puro serviço público de blogação.
Adiciono lighstripping, f-stop, e-motion. Muito merecedores de muitas visitas. Exposure Fotocafe tem ideias interessantes para conferir.
Adiciono lighstripping, f-stop, e-motion. Muito merecedores de muitas visitas. Exposure Fotocafe tem ideias interessantes para conferir.
abril 28, 2004
CADERNO DE VIAGEM: BRASIL, ILHA DE STA CATARINA (VIII)
DIA 6: DE ESCUNA ATÉ SANTA CRUZ DE ANHATOMIRIM
A maior fortaleza do sul do Brasil. Pronta em 1744. Sede do governo de então. Um dos três fortes de protecção à baía.
Uma visão magnífica. Um sentir português, tão longe da pátria.
A maior fortaleza do sul do Brasil. Pronta em 1744. Sede do governo de então. Um dos três fortes de protecção à baía.
Uma visão magnífica. Um sentir português, tão longe da pátria.
CADERNO DE VIAGEM: BRASIL, ILHA DE STA CATARINA (VII)
HOTEL FAZENDA ENGENHO VELHO
Heaven, pure heaven (recomendado, recomendadíssimo, especialmente na época baixa, com preços mínimos e dedicação por parte de todos).
Heaven, pure heaven (recomendado, recomendadíssimo, especialmente na época baixa, com preços mínimos e dedicação por parte de todos).
CADERNO DE VIAGEM: BRASIL, ILHA DE STA CATARINA (VI)
DIA 5: JURERÉ INTERNACIONAL ou A ARGHQUITECTURA DO HEMISFÉRIO SUL
Todos os contos de fadas dos investimentos imobiliários contam a mesma história: era uma vez uma praia muito bonita, muito isolada a quem um dia um príncipe prometeu a companhia de inúmeros admiradores. Sendo os príncipes das histórias muitos dados a cumprir a sua parte da promessa, também neste caso a dita foi cumprida, a partir do momento em que as autoridades licenciadoras se encontraram suficientemente motivadas para aceitar o projecto.
Deus quis, o homem sonhou, a obra nasceu e assim se materializou Jureré Internacional a última palavra em loteamento de luxo, um empreendimento de primeiro mundo no Brasil.
Tão de primeiro mundo que quase todas as casas parecem copiadas de fotografias da Architectural Digest ou equivalente para entreter dona-de-casa grã-fina da Florida.
Eis o registo minimalista da tarde divertida que passei a ver casas:
Confesso que até hoje ainda não percebi a necessidade destas dimensões de chaminé - serão regulamentares ou um acto falhado?
Mas nem tudo é muito mau; ainda encontrei este exemplar de arquitectura cubista:
Todos os contos de fadas dos investimentos imobiliários contam a mesma história: era uma vez uma praia muito bonita, muito isolada a quem um dia um príncipe prometeu a companhia de inúmeros admiradores. Sendo os príncipes das histórias muitos dados a cumprir a sua parte da promessa, também neste caso a dita foi cumprida, a partir do momento em que as autoridades licenciadoras se encontraram suficientemente motivadas para aceitar o projecto.
Deus quis, o homem sonhou, a obra nasceu e assim se materializou Jureré Internacional a última palavra em loteamento de luxo, um empreendimento de primeiro mundo no Brasil.
Tão de primeiro mundo que quase todas as casas parecem copiadas de fotografias da Architectural Digest ou equivalente para entreter dona-de-casa grã-fina da Florida.
Eis o registo minimalista da tarde divertida que passei a ver casas:
Confesso que até hoje ainda não percebi a necessidade destas dimensões de chaminé - serão regulamentares ou um acto falhado?
Mas nem tudo é muito mau; ainda encontrei este exemplar de arquitectura cubista:
CADERNO DE VIAGEM: BRASIL, ILHA DE STA CATARINA (V)
DIA 5: LAGOA
Eu acho que um lago é o símbolo bucólico por excelência. Tem o infinito dos céus nele reflectidos mas também a força da terra que o rodeia. Tem a calma da água e a placidez das margens.
A Lagoa da Conceição tem morros que transportam a mata atlântica até às margens mas também tem dunas a cercá-la. Tem casas em cenários fantásticos e restaurantes famosos. Tem agitação nocturna e a serenidade das estradas secundárias que a cercam.
Tem também a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, galante nos seus duzentos e quarenta anos, singela, tão portuguesa quanto as ermidas perdidas do Alentejo. Ou dos Açores.
Eu acho que um lago é o símbolo bucólico por excelência. Tem o infinito dos céus nele reflectidos mas também a força da terra que o rodeia. Tem a calma da água e a placidez das margens.
A Lagoa da Conceição tem morros que transportam a mata atlântica até às margens mas também tem dunas a cercá-la. Tem casas em cenários fantásticos e restaurantes famosos. Tem agitação nocturna e a serenidade das estradas secundárias que a cercam.
Tem também a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, galante nos seus duzentos e quarenta anos, singela, tão portuguesa quanto as ermidas perdidas do Alentejo. Ou dos Açores.
abril 27, 2004
EMBASSY SNOOKER
Quando era mais pequenino, gastei algumas horas à volta de mesas de snooker. Escrevo "gastei" porque o resultado era sempre tão pouco produtivo que seria impossível retirar dele algum proveito. Nem material, nem emocional. Zero. Nada. Niente.
Esta minha (digamos) incompatibilidade com a arte de bem combinar tacadas e carambolas ainda se torna mais evidente quando estaciono no Eurosport e me babo perante os prodígios de habilidade que jogadores como Ronnie O'Sullivan produzem. É um monumento à prevalência do espírito sobre as leis da física.
Site oficial: embassy world snooker.
Esta minha (digamos) incompatibilidade com a arte de bem combinar tacadas e carambolas ainda se torna mais evidente quando estaciono no Eurosport e me babo perante os prodígios de habilidade que jogadores como Ronnie O'Sullivan produzem. É um monumento à prevalência do espírito sobre as leis da física.
Site oficial: embassy world snooker.
SE...
à paragem das obras do túnel do Marquês corresponder um pedido (e respectivo pagamento) de trabalhos a mais por parte do empreiteiro, deveria ser o senhor Presidente da Câmara a custeá-lo do seu bolso (pessoal, como está na moda dizer). Se há ocasiões em que a responsabilidade pessoal de um autarca por um prejuízo no erário público é evidente, esta é uma delas.
Já agora, muito gostava de saber se a obra do parque do Casal Ventoso é para avançar ou não. É que gostava de ver mais uma acção popular contra um empreendimento baseado num projecto fantasma. Alguém sabe de onde é que ele veio? A câmara parece que não.
Já agora, muito gostava de saber se a obra do parque do Casal Ventoso é para avançar ou não. É que gostava de ver mais uma acção popular contra um empreendimento baseado num projecto fantasma. Alguém sabe de onde é que ele veio? A câmara parece que não.
CADERNO DE VIAGEM: BRASIL, ILHA DE STA CATARINA (IV)
DIA 4: PRAIAS
Há pelo menos quarenta praias na ilha. Superpovoadas, quase inacessíveis, de mar batido, de águas calmas, a dificuldade é escolher. Das que conheci – com Sol -, ficou-me o gosto pela de Santinho, mar tansparente, areal comprido, pouca gente (nesta altura do ano...) e, principalmente, chapéus-de-sol, cadeiras e serviço de bar. No calor, é imprescindível uma garrafa de água. Estupidamente gelada.
Canasvieiras. Daqui saiem as escunas para passeios diários às ilhas da baía. A enchente de argentinos e uruguaios no Verão é tamanha que mudaram a língua oficial para portunhol. Cheguei mesmo a tempo do pôr-so-sol. Há algo de profundamente relaxante nestas horas, junto à praia. Valem semanas de lorenins.
Há pelo menos quarenta praias na ilha. Superpovoadas, quase inacessíveis, de mar batido, de águas calmas, a dificuldade é escolher. Das que conheci – com Sol -, ficou-me o gosto pela de Santinho, mar tansparente, areal comprido, pouca gente (nesta altura do ano...) e, principalmente, chapéus-de-sol, cadeiras e serviço de bar. No calor, é imprescindível uma garrafa de água. Estupidamente gelada.
Canasvieiras. Daqui saiem as escunas para passeios diários às ilhas da baía. A enchente de argentinos e uruguaios no Verão é tamanha que mudaram a língua oficial para portunhol. Cheguei mesmo a tempo do pôr-so-sol. Há algo de profundamente relaxante nestas horas, junto à praia. Valem semanas de lorenins.
abril 26, 2004
PARABÉNS
José Sá Fernandes, por mais uma vitória.
Obrigado, por provar que, ainda que muito caras e muito trabalhosas, as vitórias sobre a prepotência do Estado (ou, como neste caso, sobre os actos ilegais do Estado) são possíveis.
Obrigado, por provar que, ainda que muito caras e muito trabalhosas, as vitórias sobre a prepotência do Estado (ou, como neste caso, sobre os actos ilegais do Estado) são possíveis.
abril 24, 2004
CADERNO DE VIAGEM: BRASIL, ILHA DE STA CATARINA (III)
DIA 3: FLORIANÓPOLIS
Florianopolis não foge ao estigma das grandes cidades brasilerias perto do mar: uma avenida junto ao mar onde se situam os edifícos de maior apelo imobiliário, morros pejados de habitação, favelas na maior parte dos casos. Na Avenida Beira-Mar Norte a arquitectura oscila entre o pretencioso e o low-profile, evitando os erros urbanísticos do Rio de Janeiro: foi deixado espaço entre os edifícios, mantendo o caminho das brisas para o interior da cidade.
As favelas impressionam-me pela voracidade com que assaltam os morros, as barracas como soldados de um imenso formigueiro, implacáveis, omnipresentes, asfixiantes.
O ex-libris da cidade é a ponte Hercílio Luz.
Inaugurada em 1926, 821 metros de comprimento, 75 metros de altura, 339 metros de vão livre. Tecnologia americana, na altura a quinta maior ponte pênsil do mundo. Apesar dos pergaminhos, o seu debilitado estado de conservação ditou o encerramento e a utilização de outras pontes para a travessia continente-ilha. Fica a imagem de uma Golden Gate brasileira, menos espectacular, mais decrépita, mais humana.
As substitutas serão eficazes, tecnicamente perfeitas, optimizadas. Não trazem contudo nem o brilhantismo dos tempos pioneiros nem a beleza dos objectos moldados com amor.
Mercado Público
Um mercado é um local fascinante. Pelo que revela dos hábitos dos seus utilizadores, da cidade e do país que o alberga. O principal mercado de Floripa é em simultâneo um local de descoberta e de desilusão.
Desilusão porque o consumo fugiu para outros centros mais consentâneos com os tempos de comércio massivo actuais e as lojas dedicadas à alimentação se encontram em minoria.
Descoberta porque, apesar disso, as peixarias revelam a riqueza do mar circundante. Marisco, peixes, de formas diversas com nomes iguais. As tainhas são peixes pequenos. O camarão tem cores e tamanhos diversos. Aos montes. Baratos.
O “Box 32” é o mais afamado bar da cidade. As fotografias com ilustras visitas estão estrategicamente espalhadas acima do balcão, contribuindo para a sua aura de lugar de romaria. É simpático ainda que demasiado turístico (e até merchandising tem à venda, facto que os solícitos empregados não se esquecem de lembrar):. Os pasteis até são saborosos mas... só.
Acredito que no início, a tasca original deveria ser – aí sim – ponto obrigatório de paragem
CADERNO DE VIAGEM: BRASIL, ILHA DE STA CATARINA (II)
DIA 2
Chuva, chuva, neura. Todas as praias do Sul ilha visitáveis por carro vistas por entre os vidros. Estradas de asfalto que se prolongam oficialmente por caminhos de terra batida, com direito a toponímia e paragens de autocarro (“pontos de ônibus em tradução local).
Na praia do pântano do Sul, um cenário surrealista: o areal plano, molhado da preia-mar a fazer de estrada e parque de estacionamento, os restaurantes com entrada pela praia a servir almoços de Páscoa, gaivotas e urubus, passeando em terra. Gaivotas em terra, tempestade no mar, menos mal, mas urubus?
O urubu é o correspondente brasileiro ao abutre. Vive no lixo. Vive do lixo. (Marcou-me para sempre o cais ao lado do Mercado de Ver-o-Peso em Belém: uma lixeira infecta na maré baixa, um cheiro nauseabundo, dezenas de urubus a catar alimento). Que fariam tranquilos, quais veraneantes, nesta praia?
Almoço
No Ostradamus, um dos restaurantes mais referenciados da ilha. Costa oeste, virada ao continente, com cais (“trapiche”, por aqui) próprio, situado em Ribeirão da Ilha, mais uma vila repleta de testemunhos açorianos.
A casa, renomada pelas suas ostras, tem um menu pantagruélico. Aponto as inúmeras variedades de preparação dos moluscos pelo pitoresco (gosto da palavra desde que a vi inscrita numa análise a um projecto de alterações de um edifício de Alfama), ainda que, para mim, ostras só ao natural: in natura, ao bafo (cozidas no vapor), gratinadas com molho bechamel, gratinadas defumadas, ao alho e óleo, das antigas (gratinadas com tomate, cebola, salsa e queijo parmesão), à milanesa (panadas), ao vinagrete, à Porto Solis (com martini e limão), ao catupiré e mozzarela.
De arrepiar para um português habituado ao bom gosto das coisas simples (neste caso dos grelhados) são os tratamentos prestados ao linguado grelhado: ao molho de camarão, com camarão grelhado e champignons, envolvido com nata e enriquecido com caldo de camarão, do Salum (com tomate seco). Já a garoupa vê-se envolvida num “Alguidar – O prato dos deuses”. Ela e pimentões, cebola, tomate, alfavaca, leite de coco, azeite de dendê, marisco, lula, camarão e ostras. Ou naturalizada Espanhola, deixa-se preparar mais perto de uma caldeirada com cebola, tomate, salva, cebolinho, manjericão, alfavaca, lulas, marisco, berbigão, camarão e ostras.
Enfeitiçado pelo marisco pedi, para complementar as ostras um “Berbigão do Ribeirão (se qués qués)”. Veio furado o pedido. Da minha experiência, o berbigão – como a maior parte dos bivalves – no Brasil é servido sem casca (anteriormente pensava que era só em Pernambuco, enganei-me). Este berbigão vinha aos montes, num refogado cujo sabor se tornou enjoativo em pouco tempo – nota menor.
As doses e os preços variam na proporção inversa às características portuguesas. Normalmente os pratos são considerados “para dois” e eu diria que, quase sempre, dão para três. Já os preços são para um. As ostras a 900$ (pois, o Fernando Pessoa também continuou a escrever à antiga, mesmo depois da reforma ortográfica) a dúzia, o linguado entre 3 e 3,5 contos, a garoupa a 4 contos, o berbigão a menos de dois contos. Não é por pessoa – é por dose – e este é considerado um restaurante caro. É de acrescentar que estava à disposição dos comensais um serviço de buffet para os acompanhamentos: arroz, batatas fritas, verduras múltiplas, farofa, pirão, feijão...
O resto do percurso até ao Sul da ilha é uma sucessão de enseadas tranquilas, casas de férias, mata atlântica a descer até ao mar em encostas pronunciadas, asfalto, empedrado, asfalto, terra batida. Chuvia, fazia sol, chuvia, foi o domingo de Páscoa mais estranho que metereologicamente vivi.
Chuva, chuva, neura. Todas as praias do Sul ilha visitáveis por carro vistas por entre os vidros. Estradas de asfalto que se prolongam oficialmente por caminhos de terra batida, com direito a toponímia e paragens de autocarro (“pontos de ônibus em tradução local).
Na praia do pântano do Sul, um cenário surrealista: o areal plano, molhado da preia-mar a fazer de estrada e parque de estacionamento, os restaurantes com entrada pela praia a servir almoços de Páscoa, gaivotas e urubus, passeando em terra. Gaivotas em terra, tempestade no mar, menos mal, mas urubus?
O urubu é o correspondente brasileiro ao abutre. Vive no lixo. Vive do lixo. (Marcou-me para sempre o cais ao lado do Mercado de Ver-o-Peso em Belém: uma lixeira infecta na maré baixa, um cheiro nauseabundo, dezenas de urubus a catar alimento). Que fariam tranquilos, quais veraneantes, nesta praia?
Almoço
No Ostradamus, um dos restaurantes mais referenciados da ilha. Costa oeste, virada ao continente, com cais (“trapiche”, por aqui) próprio, situado em Ribeirão da Ilha, mais uma vila repleta de testemunhos açorianos.
A casa, renomada pelas suas ostras, tem um menu pantagruélico. Aponto as inúmeras variedades de preparação dos moluscos pelo pitoresco (gosto da palavra desde que a vi inscrita numa análise a um projecto de alterações de um edifício de Alfama), ainda que, para mim, ostras só ao natural: in natura, ao bafo (cozidas no vapor), gratinadas com molho bechamel, gratinadas defumadas, ao alho e óleo, das antigas (gratinadas com tomate, cebola, salsa e queijo parmesão), à milanesa (panadas), ao vinagrete, à Porto Solis (com martini e limão), ao catupiré e mozzarela.
De arrepiar para um português habituado ao bom gosto das coisas simples (neste caso dos grelhados) são os tratamentos prestados ao linguado grelhado: ao molho de camarão, com camarão grelhado e champignons, envolvido com nata e enriquecido com caldo de camarão, do Salum (com tomate seco). Já a garoupa vê-se envolvida num “Alguidar – O prato dos deuses”. Ela e pimentões, cebola, tomate, alfavaca, leite de coco, azeite de dendê, marisco, lula, camarão e ostras. Ou naturalizada Espanhola, deixa-se preparar mais perto de uma caldeirada com cebola, tomate, salva, cebolinho, manjericão, alfavaca, lulas, marisco, berbigão, camarão e ostras.
Enfeitiçado pelo marisco pedi, para complementar as ostras um “Berbigão do Ribeirão (se qués qués)”. Veio furado o pedido. Da minha experiência, o berbigão – como a maior parte dos bivalves – no Brasil é servido sem casca (anteriormente pensava que era só em Pernambuco, enganei-me). Este berbigão vinha aos montes, num refogado cujo sabor se tornou enjoativo em pouco tempo – nota menor.
As doses e os preços variam na proporção inversa às características portuguesas. Normalmente os pratos são considerados “para dois” e eu diria que, quase sempre, dão para três. Já os preços são para um. As ostras a 900$ (pois, o Fernando Pessoa também continuou a escrever à antiga, mesmo depois da reforma ortográfica) a dúzia, o linguado entre 3 e 3,5 contos, a garoupa a 4 contos, o berbigão a menos de dois contos. Não é por pessoa – é por dose – e este é considerado um restaurante caro. É de acrescentar que estava à disposição dos comensais um serviço de buffet para os acompanhamentos: arroz, batatas fritas, verduras múltiplas, farofa, pirão, feijão...
O resto do percurso até ao Sul da ilha é uma sucessão de enseadas tranquilas, casas de férias, mata atlântica a descer até ao mar em encostas pronunciadas, asfalto, empedrado, asfalto, terra batida. Chuvia, fazia sol, chuvia, foi o domingo de Páscoa mais estranho que metereologicamente vivi.
CADERNO DE VIAGEM: BRASIL, ILHA DE STA CATARINA (I)
DIA 1: SANTO ANTÔNIO DE LISBOA E SAMBAQUI
Busco a enseada perfeita, subtropical e tranquila, onde possa descobrir os celebrados frutos-do-mar da ilha. Encontro-a em Sambaqui, na costa oeste da ilha. O mar chão, as montanhas do continente ao fundo. O céu acalma-se: não chove. O Sol parece de Inverno, tímido e frio, enrolado nas nuvens quietas.
O restaurante fica à beira-mar. Uma única mesa ocupada na esplanada, a sala interior vazia. Venham ostras “ao natural”, venham camarões “ao bafo”, mostrem-me finalmente a renomada produção local. Bons estes, superlativas as primeiras.
É provável que os camarões se pareçam em todas as partes do mundo. Não tenho dúvidas que qualquer preparação culinária é um nivelador de sabor, daí o pedido da cozedura simples para testar textura e paladar dos bigodudos. Já as ostras! Cruas não enganam ninguém e os ilhéus, orgulhosos das suas meninas, capricham em apresentá-las recém retiradas do mar. Talvez no pico do Verão, com as cargas dramáticas de turistas, se arrisquem decepções. Neste Outono luminoso de fim de festa estival, cada cliente é um rei e é servido como tal.
Santo Antônio de Lisboa.
Repare-se como é fácil a apropiação do Santo sem necessidade de lhe mudar a cidade: basta um ô fechado em vez do nosso sonoro ó e eis um brasileiro Antônio aportado da longínqua metrópole.
Um dos primeiros pontos de fixação dos emigrantes açorianos, a vila aparece-me como mais um dos pequenos Portugais que tenho encontrado por todo o Brasil. Comovo-me como sempre me acontece, perante este milagre da transposição do tempo e do espaço. Há muito tempo, gente com a mesma matriz cultural que a que recebi por herança genética, aqui viveu, aqui amou e sofreu, aqui festejou e velou, com uma força de vida suficientemente forte para, duzentos e muitos anos depois ainda persistir a sua memória. Portugal. É impossível não se ser ferozmente nacionalista em momentos como este.
Jantar
Depois de três voltas à cidade espraiada à volta do hotel à procura de um restaurante de comida tradicional, com uma diluviana chuva do lado de fora do carro, sucumbimos à letargia própria de citadinos aburguesados e voltámos à primeira casa com aspecto decente que tínhamos encontrado e à qual tínhamos torcido o nariz por demasiado usual.
O que encontrámos foi uma churrascaria em formato dúplice: às carnes usuais, junta-se um rodopiar de pratos de massa que, à falta de português termo, eu exagerado, classifiquei com “exquisite”. Nada de orgíacas quantidades de massa em terrinas gigantes: antes Spaghetti em molho de nozes, Polenta em molho funghi, Conglioni com molho de amêndoas, Gnocchi em molho funghi, servidos em pequenas doses, o suficiente para se provar sem encher e aceitar mais na próxima passsagem.
Os elementos da foto são os sinalizadores. Verde para cima, pode continuar a oferecer. Vermelho, tilt – we’re satisfied.
abril 23, 2004
abril 22, 2004
TEORIA DO CAOS
Interessante post no interessante Flor do Asfalto.
Se eu percebi bem, um sistema funciona melhor - mais eficazmente - se se constituir caoticamente (dizer "organizar" seria uma contradição de termos?). Isto porque a ausência de regras permite uma maior flexibilização de processos, logo uma maior rapidez na identificação e selecção da informação.
Pergunto-me se esta lógica será aplicável às organizações sociais. Se a aplicarmos a Portugal torna-se óbvia a razão pela qual o país não funciona: temos leis, decretos, disposições a mais. Bloqueamos pelo excesso de regras.
Se eu percebi bem, um sistema funciona melhor - mais eficazmente - se se constituir caoticamente (dizer "organizar" seria uma contradição de termos?). Isto porque a ausência de regras permite uma maior flexibilização de processos, logo uma maior rapidez na identificação e selecção da informação.
Pergunto-me se esta lógica será aplicável às organizações sociais. Se a aplicarmos a Portugal torna-se óbvia a razão pela qual o país não funciona: temos leis, decretos, disposições a mais. Bloqueamos pelo excesso de regras.
SEINFELD IS BACK!
Jerry Seinfeld voltou. Pelo menos à net.
Filmes com 4 a 5 minutos, com dois protagonistas - Superman e Jerry.
Tem um ojectivo publicitário (that little american green card). Mas funciona como a evolução da sitcom e, pelo bocadinho disponível, virá a ser tão brilhante quanto.
Para os que, como eu, suportavam diária e estoicamente os horários absurdos da TVI para assistir à minguada meia-hora do programa, a visita é obrigatória.
Enquanto não chega a edição em DVD...
(He's teamed up with Batman, Wonder Woman and The Flash to save the world, now Superman has teamed up with Jerry Seinfeld for an Internet based commercial project for American Express. The “Webisodes” chronicle the daily exploits and unique friendship between comedian and Kryptonian. The four-minute piece, entitled "A Uniform Used to Mean Something," co-written by Seinfeld and directed by acclaimed film director Barry Levinson, is a humorous glimpse into a day-in-the-life of pop culture's latest "odd couple."
© 2004 MSNBC Interactive)
Filmes com 4 a 5 minutos, com dois protagonistas - Superman e Jerry.
Tem um ojectivo publicitário (that little american green card). Mas funciona como a evolução da sitcom e, pelo bocadinho disponível, virá a ser tão brilhante quanto.
Para os que, como eu, suportavam diária e estoicamente os horários absurdos da TVI para assistir à minguada meia-hora do programa, a visita é obrigatória.
Enquanto não chega a edição em DVD...
(He's teamed up with Batman, Wonder Woman and The Flash to save the world, now Superman has teamed up with Jerry Seinfeld for an Internet based commercial project for American Express. The “Webisodes” chronicle the daily exploits and unique friendship between comedian and Kryptonian. The four-minute piece, entitled "A Uniform Used to Mean Something," co-written by Seinfeld and directed by acclaimed film director Barry Levinson, is a humorous glimpse into a day-in-the-life of pop culture's latest "odd couple."
© 2004 MSNBC Interactive)
BLOGS DESCOBERTOS
Torneiras de Freud. Gostei das descobertas de S.Paulo.
Thelma & Louise. Em África.
Ampola Miraculosa. ("APELO para que votem em José saramago, ou seja, nas listas da CDU. Só assim, REPITO, só assim nos podemos ver livres do sujeito e enviá-lo, sem bilhete de volta, para Estrasburgo e Bruxelas.")
Thelma & Louise. Em África.
Ampola Miraculosa. ("APELO para que votem em José saramago, ou seja, nas listas da CDU. Só assim, REPITO, só assim nos podemos ver livres do sujeito e enviá-lo, sem bilhete de volta, para Estrasburgo e Bruxelas.")
abril 21, 2004
ENSANDIMDECIDOS
Então não se está mesmo a ver que 150 agentes, 60 buscas, 17 detidos para inquirição são apenas consequência de uma cabala dos Dragões Sandinenses para conquistar na secretaria a passagem à Divisão de Honra?
PINTURA PORTUGUESA
Um blog sobre a pintura portuguesa. Melhor dito, um blog só com pintura portuguesa. Aplaudo a iniciativa.
Aplaudiria ainda mais se, às imagens, se juntassem textos sobre as mesmas. Informativos e críticos.
Bem precisa a nossa Arte de ser discutida.
Aplaudiria ainda mais se, às imagens, se juntassem textos sobre as mesmas. Informativos e críticos.
Bem precisa a nossa Arte de ser discutida.
O CARTAZ
Passo por um cartaz do PSD Lisboa que diz mais ou menos isto:
"Lembra-se da confusão dos estádios de futebol?" (em letras garrafais)
(e em letras mais pequenas "Ao menos os estádios da Luz e Alvalade XXI estão prontos"
(e igualmente em letras pequenas mas noutra fonte) " e estiveram eles 12 anos no poder"
Confesso que não percebi a intenção nem o objectivo nem a veracidade. A confusão do estádio do Benfica foi provocada pelo próprio clube. O Alvalade XXI não teve "dessas" confusões. (Já os das Antas, de Braga, de Aveiro, de Leiria tiveram-nas e várias, ligadas a planos de pormenor truncados, financiamentos interrompidos, erros de gestão do projecto e da obra. Atribuíveis a entidades diversas que vão dos vários organismos estatais e municipais aos promotores.) Será que o cartaz é uma promoção ao Presidente da Câmara? E quem é que esteve 12 anos no poder? O PS em Lisboa? E o que é que os estádios... ah.
É mesmo mais um outSantdoor.
"Lembra-se da confusão dos estádios de futebol?" (em letras garrafais)
(e em letras mais pequenas "Ao menos os estádios da Luz e Alvalade XXI estão prontos"
(e igualmente em letras pequenas mas noutra fonte) " e estiveram eles 12 anos no poder"
Confesso que não percebi a intenção nem o objectivo nem a veracidade. A confusão do estádio do Benfica foi provocada pelo próprio clube. O Alvalade XXI não teve "dessas" confusões. (Já os das Antas, de Braga, de Aveiro, de Leiria tiveram-nas e várias, ligadas a planos de pormenor truncados, financiamentos interrompidos, erros de gestão do projecto e da obra. Atribuíveis a entidades diversas que vão dos vários organismos estatais e municipais aos promotores.) Será que o cartaz é uma promoção ao Presidente da Câmara? E quem é que esteve 12 anos no poder? O PS em Lisboa? E o que é que os estádios... ah.
É mesmo mais um outSantdoor.
abril 20, 2004
OPERAÇÃO "APITO DOURADO"
Afinal, parece que a PJ continua a investigar. Esperemos que, desta vez, o Ministério Público não invente mais uma monumental embrulhada tipo Casa Pia e os tribunais não moam tempo em vão.
abril 19, 2004
O CÓDIGO DA VINCI
Já tinha lido comentários num newsgroup de historiadores da arte, o Expresso de há duas semanas dedicou-lhe um artigo, encontrei-o em destaque nas livrarias brasileiras. Achei a data simpática e li-o durante o fim-de-semana pascal.
Para um mundo que adora teorias da conspiração, as ideias nele contidas dão pano para muitas mangas. Para os católicos dos tempos do Je Vous Salut Marie e da Última Tentação de Cristo será motivo para rasgar as vestes e gritar heresia. Como é livro e não filme , pode ser que se safe da acusação de blasfémia.
Como thriller, deixou-me um gosto de desilusão, prometendo muito e tendo um final (como o caracterizar sem o revelar?)... bah.
Já as ideias... gostava muito de as ver discutidas, comentadas, agredidas, acarinhadas, por aqui. Devo ficar só pelo desejo, a maioria dos blogs tratam mais do umbigo que de outra coisa, mas enfim.
Para um mundo que adora teorias da conspiração, as ideias nele contidas dão pano para muitas mangas. Para os católicos dos tempos do Je Vous Salut Marie e da Última Tentação de Cristo será motivo para rasgar as vestes e gritar heresia. Como é livro e não filme , pode ser que se safe da acusação de blasfémia.
Como thriller, deixou-me um gosto de desilusão, prometendo muito e tendo um final (como o caracterizar sem o revelar?)... bah.
Já as ideias... gostava muito de as ver discutidas, comentadas, agredidas, acarinhadas, por aqui. Devo ficar só pelo desejo, a maioria dos blogs tratam mais do umbigo que de outra coisa, mas enfim.
ANARCAS DE TODO O MUNDO
É a anarquia. Talvez para comemorar a evolução do 25 de Abril, o Mylife escancara as suas portas aos leitores e dá-lhes carta branca para ocuparem o blog.
Está certo. Mylife, mylie, myfile, myfly/myflies. Moscas, moscas, venham, disse a aranha...
Está certo. Mylife, mylie, myfile, myfly/myflies. Moscas, moscas, venham, disse a aranha...
abril 18, 2004
PHOTOSHOP'S LOVERS
Para todos os que descobriram, estão a descobrir ou se irão encontrar com o Photoshop eis um site com uma colecção de atalhos para a descoberta de muitas das suas facilidades sem necessidade de percorrer o chato caminho de trial and error que a maior parte de nós, pobres autodidatas, tivemos de seguir: shanzcan
PHOTOLOGS
Alguns são fascinantes. Abri mais uma categoria de links com os meus favoritos. São bons de ir lá ver.
BACK
Apesar de todo o desenvolvimento dos meios de transporte, viajar para a outra ponta do planeta ainda demora uma eternidade (para os nossos padrões de aproveitamento dos dias, obviamente).
Where's Captain Kirk?
Where's Captain Kirk?
abril 16, 2004
FLORIPA
A cidade capital do Estado de Santa Catarina (o segundo mais a sul do Brasil) mudou de nome no final do século dezanove. Motivo? A vitória de um presidente sobre um grupo de opositores neste Estado que se traduziu num banho de sangue, aproveitado, como é hábito nestas coisas de "limpezas" políticas, para a eliminação de concorrentes, inimigos pessoais e demais inocentes que se viram colocados no lado errado da barricada. O esmagamento da oposição foi tão violento e gerou tantos anticorpos na sociedade que ainda hoje os habitantes da capital evitam habilmente o uso do nome oficial, amaneirando-o para um termo mais floral.
O presidente foi Floriano Peixoto e a cidade - que era Nossa Senhora dos Desterrados (os açorianos para aqui "emigrados") passou a cidade do presidente - Florianopolis. E aqui o nome secou. Em todo o estado não existe nem mais uma rua, praça ou monumento dedicado ao fogoso caudilho. Ao contrário do resto do país.
Acrescente-se que a homenagem foi feita em vida do homenageado e promovida... pelo mesmo. Deve ser caso único de hedonismo não reparado após a morte do autor.
O presidente foi Floriano Peixoto e a cidade - que era Nossa Senhora dos Desterrados (os açorianos para aqui "emigrados") passou a cidade do presidente - Florianopolis. E aqui o nome secou. Em todo o estado não existe nem mais uma rua, praça ou monumento dedicado ao fogoso caudilho. Ao contrário do resto do país.
Acrescente-se que a homenagem foi feita em vida do homenageado e promovida... pelo mesmo. Deve ser caso único de hedonismo não reparado após a morte do autor.
O MURO DA VERGONHA
Foi sugestão passageira. Durou um dia, o tempo necessário para que o clamor público levantado pela sugestão do vice-governador fosse suficiente para uma retirada estratégica por parte do seu autor [ver aqui]
Afinal o "muro" era apenas delimitação para proteger a Mata Atlântica esta, como o senso político nesta terra, em vias de extinção.
Afinal o "muro" era apenas delimitação para proteger a Mata Atlântica esta, como o senso político nesta terra, em vias de extinção.
OSTRAS, DIVINAS OSTRAS
Despedi-me dos manjares desta terra com uma pratada das melhores ostras do planeta.
As de Lisboa? As melhores, quando as houve, iam para Paris.
As de Paris? Simples desvarios de europeus mal viajados.
As de Nova Iorque? Devaneios para yuppies recém-milionários.
Gordas, suculentas, sétimo céu de sabor, só as encontrei aqui. Prontas a esperar por mim até à próxima visita. Prenhas de divindade. Ambrósia pura.
As de Lisboa? As melhores, quando as houve, iam para Paris.
As de Paris? Simples desvarios de europeus mal viajados.
As de Nova Iorque? Devaneios para yuppies recém-milionários.
Gordas, suculentas, sétimo céu de sabor, só as encontrei aqui. Prontas a esperar por mim até à próxima visita. Prenhas de divindade. Ambrósia pura.
abril 14, 2004
A TERRA A QUEM A TRABALHA
Apesar do pragmatismo da cúpula do PT e do seu alinhamento com a política seguida pelo Palácio do Planalto (isto é, Lula e o seu Governo) é uma tarefa quase impossível conter todos os ventos que o partido semeou durante os muitos anos em que foi oposição. Um dos ventos que ameaça tornar-se num ciclone de grau incontrolável é o MST (Movimento dos Sem Terra) organização de extrema-esquerda que enquadra, organiza e promove a ocupação de fazendas (abandonadas ou não) pela multidão de camponeses expoliados, desocupados, oprimidos ou interesseiros que existem neste país e que sempre (directa ou subrepticiamente) esteve ligada ao partido.
Não pretendo analisar a justeza dos actos do Movimento até porque a informação que detenho é por demais escassa. O princípio - redestribuir a riqueza de um modo mais justo - parece-me obviamente bom, ainda que os métodos possam ser questionáveis.
O que me parece óbvio é a extrema incomodidade que as ocupações que vêm a ser feitas nos últimos tempos trazem ao Executivo. É fácil apoiar medidas radicais quando se está na oposição: só traz dividendos. Mais difícil é manter esse posicionamento quando se é poder e se pretende garantir o equilíbrio entre todos os interesses e, ao mesmo tempo, manter o equilíbrio na instável cadeira do poder.
Como diria um comentador de futebol, não vai ser um jogo fácil seu Lula, não vai ser não...
Não pretendo analisar a justeza dos actos do Movimento até porque a informação que detenho é por demais escassa. O princípio - redestribuir a riqueza de um modo mais justo - parece-me obviamente bom, ainda que os métodos possam ser questionáveis.
O que me parece óbvio é a extrema incomodidade que as ocupações que vêm a ser feitas nos últimos tempos trazem ao Executivo. É fácil apoiar medidas radicais quando se está na oposição: só traz dividendos. Mais difícil é manter esse posicionamento quando se é poder e se pretende garantir o equilíbrio entre todos os interesses e, ao mesmo tempo, manter o equilíbrio na instável cadeira do poder.
Como diria um comentador de futebol, não vai ser um jogo fácil seu Lula, não vai ser não...
LULA OU O SOCIALISMO NA GAVETA
Provavelmente desde a célebre frase de Mário Soares que o pragmatismo de um líder de esquerda não deixava tantos votantes descontentes.
Eu sempre achei que Lula iria exercer na vida real um papel homólogo ao de Tom Cruise nos filmes da Missão Impossível ainda que sem final feliz: ou cumpria a missão (cumpria o seu programa de esquerda) e o filme era um desastre de bilheteira (o país entrava em depressão económica profunda por via da fuga de capitais e do boicote dos agentes económicos mais conservadores) ou o filme era um sucesso de receitas (a economia aguentava-se) mas um desastre para a crítica (neste caso os eleitores).
Lula e os seus acessores, pragmáticos e muito mais politicamente inteligentes e realistas do que a retórica que o PT manteve desde a sua fundação até às últimas eleições, resolveram apostar no sucesso de bilheteira. Com isto, garantiram um crescendo no superavit nunca visto anteriormente e a manutenção dos índices económicos do lado positivo ainda que as reformas de fundo continuem adiadas e muitos dos seus eleitores (principalmente a classe média urbana) sintam na pele os efeitos de um cada vez maior diferencial entre os aumentos de salário e a inflação.
Lula terá ganho o respeito do mundo político internacional e do mundo económico do seu país. Provavelmente afundou de vez a esperança dos seus eleitores de que seria possível construir um mundo justo de acordo com os padrões socialistas pela via do voto.
Por aqui é usual a frase: "Se fugir o bicho pega, se ficar o bicho come". Taylor made.
Eu sempre achei que Lula iria exercer na vida real um papel homólogo ao de Tom Cruise nos filmes da Missão Impossível ainda que sem final feliz: ou cumpria a missão (cumpria o seu programa de esquerda) e o filme era um desastre de bilheteira (o país entrava em depressão económica profunda por via da fuga de capitais e do boicote dos agentes económicos mais conservadores) ou o filme era um sucesso de receitas (a economia aguentava-se) mas um desastre para a crítica (neste caso os eleitores).
Lula e os seus acessores, pragmáticos e muito mais politicamente inteligentes e realistas do que a retórica que o PT manteve desde a sua fundação até às últimas eleições, resolveram apostar no sucesso de bilheteira. Com isto, garantiram um crescendo no superavit nunca visto anteriormente e a manutenção dos índices económicos do lado positivo ainda que as reformas de fundo continuem adiadas e muitos dos seus eleitores (principalmente a classe média urbana) sintam na pele os efeitos de um cada vez maior diferencial entre os aumentos de salário e a inflação.
Lula terá ganho o respeito do mundo político internacional e do mundo económico do seu país. Provavelmente afundou de vez a esperança dos seus eleitores de que seria possível construir um mundo justo de acordo com os padrões socialistas pela via do voto.
Por aqui é usual a frase: "Se fugir o bicho pega, se ficar o bicho come". Taylor made.
QUOTAS BRASILEIRAS
Várias Universidades brasileiras decidiram implementar quotas para candidatos provenientes de minorias menos protegidas. Até aqui, parece normal. As estatísticas indicam uma percentagem muito baixa de licenciados originários das classes mais baixas e as quotas ganharam uma aura de sucesso nos países onde foram aplicadas no passado (nomeadamente nos Estados Unidos onde o Brasil vai buscar inspiração para quase tudo).
As coisas complicam-se com a nomenclatura utilizada: serão reservados 20% dos lugares para "negros" e "pardos". Se "negro" parece de identificação fácil, já "pardo" é de uma abrangência que promete dar muitas dores de cabeça aos seleccionadores. Como se identifica um "pardo" - pela côr? E o que é um "pardo" - um descendente de negros, de índios, de indianos? De norte-africanos ou turcos? Todos os candidatos, para além de declararam a côr da pele, terão de tirar uma fotografia no acto da candidatura que servirá de comprovante da côr anunciada. Eu vi uma candidata loura de olhos azuis dizer-se filha de negro (improvável mas não impossível: tenho uma familiar de pele branca e olhos azuis que tem uma avó negra): vi outra dizer-se filha de índios e cheia de dúvidas se era "parda" ou não...
Resumindo: de boas intenções anda este país cheio.
As coisas complicam-se com a nomenclatura utilizada: serão reservados 20% dos lugares para "negros" e "pardos". Se "negro" parece de identificação fácil, já "pardo" é de uma abrangência que promete dar muitas dores de cabeça aos seleccionadores. Como se identifica um "pardo" - pela côr? E o que é um "pardo" - um descendente de negros, de índios, de indianos? De norte-africanos ou turcos? Todos os candidatos, para além de declararam a côr da pele, terão de tirar uma fotografia no acto da candidatura que servirá de comprovante da côr anunciada. Eu vi uma candidata loura de olhos azuis dizer-se filha de negro (improvável mas não impossível: tenho uma familiar de pele branca e olhos azuis que tem uma avó negra): vi outra dizer-se filha de índios e cheia de dúvidas se era "parda" ou não...
Resumindo: de boas intenções anda este país cheio.
DA CULINÁRIA E DOS PRODUTOS DA TERRA
Viajar pelo Brasil é sempre um regalo para quem se encanta com a boa gastronomia. Visitar um mercado, é poder ver em profusão a miríade de produtos locais que a terra e o mar oferecem com liberalidade. Os preços são um outro incentivo, parecem ao alcance de grande parte da população. Olho toda esta fartura e penso na minha terra: em tempos já fomos assim, já seguimos os ritmos da natureza e já comemos o que dela vinha. Não mais hoje em dia. Os produtos agrícolas são maioritariamente importados, o peixe é raro e caro e a tendência é, claramente, para que num futuro não muito longínquo, nos chegue congelado e ¨fabricado¨.
Por qual armadilha histórica nos deixámos cair?
Por qual armadilha histórica nos deixámos cair?
METEREOLOGIA
Se choveram cães e gatos durante dois dias, nos dois dias seguintes esteve um Sol tropical com o correspondente calor. Todas as paisagens são bonitas por aqui quando o Sol se despenha do alto, no meio de um azul profundo. Mesmo assim, é sempre surpreendente encontrar variações ao tropicalismo do lugar: um edificação com raízes notoriamente açorianas no meio de uma flora que não se encontra no meio do Atlântico. A calam, no entanto é a mesma. E uma serena comunhão com o mar que só se encontra em ilhéus.
PADEIROS
Diz a tradição local e a voz popular que padeiro, no Brasil, tem de ser português.
Perante a péssima qualidade do pão que invariavelmente consumo, seja qual fôr o local que visite neste país, só posso pensar em uma de duas explicações: ou o brasileiro tem um desgosto tão grande do pão que come quanto a inveja mascarada de desprezo que tem dos portugueses ou o português é o equivalente antigo dos cabo-verdianos actuais em Portugal - quando chegaram, ouviram dizer que não sei quantos patrícios se tinham dado bem na construção civil e, mesmo sem ter colocado um só tijolo anteriormente, decidiram ganhar a vida no mesmo ofício. O resultado é o mesmo: o pão brasileiro é tão mau quanto os prédios portugueses.
Perante a péssima qualidade do pão que invariavelmente consumo, seja qual fôr o local que visite neste país, só posso pensar em uma de duas explicações: ou o brasileiro tem um desgosto tão grande do pão que come quanto a inveja mascarada de desprezo que tem dos portugueses ou o português é o equivalente antigo dos cabo-verdianos actuais em Portugal - quando chegaram, ouviram dizer que não sei quantos patrícios se tinham dado bem na construção civil e, mesmo sem ter colocado um só tijolo anteriormente, decidiram ganhar a vida no mesmo ofício. O resultado é o mesmo: o pão brasileiro é tão mau quanto os prédios portugueses.
abril 12, 2004
CHUVA
Parecia estar dentro do conto de Somerset Maugham. Choveu o fim-de-semana todo, diluvianamente. (Pelo menos para mim, ávido de sol e de praia). As montanhas continuam bonitas, cheias de verde.
Mas, noia, noia, não deixa de ser.
Mas, noia, noia, não deixa de ser.
A GUERRA CIVIL
O Rio de Janeiro está em estado de sítio não declarado. Não sei se as televisões contribuem para empolar a imagem. Sei que, durante este fim-de-semana, a favela da Rocinha, a maior da América Latina, esteve em guerra. Não guerra fictícia, metafórica - guerra, com um grupo de traficantes a tentar tomar o poder à força de fuzis e granadas.
Tomar o poder.
A Rocinha é um estado dentro do Estado. Tem leis, valores, um equilíbrio que agrada a todos, sejam eles moradores ou traficantes, polícia ou políticos. Foi este equilíbrio que se quebrou agora. Civis mortos à entrada de casa ou à varanda, alvos incógnitos de uma bala perdida das muitas que cruzaram os ares e cujo rasto se tornava visível no negro da noite. Polícias militares mortos à bala ou à granada. Traficantes de ambos os lados.
Para quem não sabe, a Rocinha situa-se no extremo da zona Sul do Rio de Janeiro, após as mitificadas praias de Copacabana, Ipanema e Leblon e antes da estrada para a Barra da Tijuca, verdadeira zona Sul (isto é, zona nobre) da cidade desde os anos oitenta. Toda a gente passa pelo seu sopé. Isto é, toda a gente que tem dinheiro e que se habituou a transitar nas suas imediações sem grandes medos (sim, de vez em quando o túnel que atravessa o morro também é alvo de ataques - muito esporádicos).
Compreende-se o alarido televisivo.
Tomar o poder.
A Rocinha é um estado dentro do Estado. Tem leis, valores, um equilíbrio que agrada a todos, sejam eles moradores ou traficantes, polícia ou políticos. Foi este equilíbrio que se quebrou agora. Civis mortos à entrada de casa ou à varanda, alvos incógnitos de uma bala perdida das muitas que cruzaram os ares e cujo rasto se tornava visível no negro da noite. Polícias militares mortos à bala ou à granada. Traficantes de ambos os lados.
Para quem não sabe, a Rocinha situa-se no extremo da zona Sul do Rio de Janeiro, após as mitificadas praias de Copacabana, Ipanema e Leblon e antes da estrada para a Barra da Tijuca, verdadeira zona Sul (isto é, zona nobre) da cidade desde os anos oitenta. Toda a gente passa pelo seu sopé. Isto é, toda a gente que tem dinheiro e que se habituou a transitar nas suas imediações sem grandes medos (sim, de vez em quando o túnel que atravessa o morro também é alvo de ataques - muito esporádicos).
Compreende-se o alarido televisivo.
abril 09, 2004
PSL E MONSANTO
Nem Abecasis se mostrou tão criativo nas soluções para Monsanto. E ele era engenheiro...
EXPRESSO VISTO DE LONGE
Será ainda efeitos do primeiro de Abril? 'Grupo de médicos solicita internamento à força de tuberculosos que nào cumpram os tratamentos'?
Como diz o Euronews, 'no comments'.
Como diz o Euronews, 'no comments'.
SÃO PAULO, AEROPORTO (II)
O comandante avisou que estavam 25 graus em São Paulo, mas nesta bolha artificial, o ar controla-se a 20. Os vidros fumados permitem ver um tempo que parece cinzento, com nuvens. Se aqui dentro é o deserto disfarçado com a feerie dos anúncios, lá fora é o deserto real: árvores esparsas, estradas, nada. Dizer 'estou em Sampa' parece-me forçado: a cidade fica a mais de meia-hora de distância, inacessível, longe. Longe.
Ainda duas horas para o vôo. Remeto-me a mais voltas à longo da gare. Ideia abstruza, escolher um destino que não é servido por ligações directas.
Ainda duas horas para o vôo. Remeto-me a mais voltas à longo da gare. Ideia abstruza, escolher um destino que não é servido por ligações directas.
SÃO PAULO, AEROPORTO (I)
Não há vida neste aeroporto. Apenas zombies que se deslocam de um lado para o outro, em busca de ligações, familiares, a saída. É um espaço cinzento, feito de betão à vista e neons desmaiados. Mcdonald's e Pizza Huts. Malas e carrinhos.
O vôo foi uma enormidade. Algumas companheiras de viagem crianças à solta num mundo que não lhes pertence: fumar na casa-de-banho, esgotar os stocks de whiskie, falar alto e falar grosso com a tripulação. Novos riquismos de quem se apanha com moeda forte na carteira.
Viva a globalização. A única loja decente é este casulo internético onde, por 10 reais a meia-hora, ocupo parte do tempo de espera com a necessária ligação ao meu mundo.
O vôo foi uma enormidade. Algumas companheiras de viagem crianças à solta num mundo que não lhes pertence: fumar na casa-de-banho, esgotar os stocks de whiskie, falar alto e falar grosso com a tripulação. Novos riquismos de quem se apanha com moeda forte na carteira.
Viva a globalização. A única loja decente é este casulo internético onde, por 10 reais a meia-hora, ocupo parte do tempo de espera com a necessária ligação ao meu mundo.
O MAR DO SUL
Embarco daqui a algumas horas para o Sul do planeta. Tiro férias por uma semana.
Espero perder por lá o stress.
Espero descansar.
Espero relaxar.
Espero aprender, descobrir, divertir-me.
Espero encontrar cybercafés em condições. Uma semana sem blogar é uma tensão muito maior do que viver em Portugal.
Espero perder por lá o stress.
Espero descansar.
Espero relaxar.
Espero aprender, descobrir, divertir-me.
Espero encontrar cybercafés em condições. Uma semana sem blogar é uma tensão muito maior do que viver em Portugal.
abril 08, 2004
25 DE ABRIL: EVOLUÇÃO (IV)
ECOMONUMENTO AO POLÍTICO BEM-SUCEDIDO:
Um começo virado para a esquerda seguido de inflexão abrupta para um crescimento decidido à direita.
ABOUT THE PRECEDENT PHOTO
A câmera digital e o software de tratamento de imagem permitem-me trabalhar sobre quase nada.
Permitem-me trabalhar depressa, de um modo não impositivo para os locais, capturar instantes de tempo mais do que capturar enquadramentos, equilíbrios de côr e de tons, tensões, figuras. Gostar ou não gostar, guardar ou deitar fora sem o hiato de espera pela revelação, sem o peso do investimento em tempo e película. Posteriormente, o trabalho no computador permite descobrir pormenores antes despercebidos, possibilita enquadramentos, deixa criar novas realidades.
A foto de ontem foi tirada para integrar a série dedicada às tascas lisboetas. À medida que fui trabalhando nela (depois de quase a apagar por não lhe sentir nenhuma força) fui-me apercebendo da tensão existente no confronto entre a mulher que atravessa a rua e os carros que dela se aproximam - estarão parados ou irão atropelá-la? E a mulher - estacou amedrontada ou enfrenta-os decidida? O papel que se destaca do vidro funciona igualmente como um pano de palco: afasta-se para descobrir a acção. Por outro lado, o facto desta cena se observar reflectida na montra dá-lhe uma medida de irrealidade, de ficção que acentua a tensão.
Numa fotografia tradiconal, tudo isto se teria perdido.
Permitem-me trabalhar depressa, de um modo não impositivo para os locais, capturar instantes de tempo mais do que capturar enquadramentos, equilíbrios de côr e de tons, tensões, figuras. Gostar ou não gostar, guardar ou deitar fora sem o hiato de espera pela revelação, sem o peso do investimento em tempo e película. Posteriormente, o trabalho no computador permite descobrir pormenores antes despercebidos, possibilita enquadramentos, deixa criar novas realidades.
A foto de ontem foi tirada para integrar a série dedicada às tascas lisboetas. À medida que fui trabalhando nela (depois de quase a apagar por não lhe sentir nenhuma força) fui-me apercebendo da tensão existente no confronto entre a mulher que atravessa a rua e os carros que dela se aproximam - estarão parados ou irão atropelá-la? E a mulher - estacou amedrontada ou enfrenta-os decidida? O papel que se destaca do vidro funciona igualmente como um pano de palco: afasta-se para descobrir a acção. Por outro lado, o facto desta cena se observar reflectida na montra dá-lhe uma medida de irrealidade, de ficção que acentua a tensão.
Numa fotografia tradiconal, tudo isto se teria perdido.
abril 07, 2004
VALORE$
"O patamar da segurança não pode ser posto em causa por nenhum valor", diz o ministro Figueiredo Lopes.
Portanto, desculpem qualquer coisinha e aguentem lá mais este calote.
Portanto, desculpem qualquer coisinha e aguentem lá mais este calote.
DEMOLIÇÕES
Israel ou Palestina, hoje. Imagens da demolição de uma casa palestiniana por ordem do governo israelita, sob protecção militar. É fácil sermos solidários com o desespero do homem que perde tudo sob o olhar neutro dos militares. É fácil perceber que este homem, ou os seus filhos, são sérios candidatos a mártires numa rua de Israel.
Também é fácil pensar assim. Não há informação de antecedentes, não se explica se o homem foi expoliado, enganado, teimoso ou inconsciente. É fácil contar mentiras dizendo só a verdade, como diz a Folha de S. Paulo(*). Aqui, não sei se foi o caso. Só sei que, com estes modos e com estas acções, se torna fácil prolongar o ódio.
(*) chapeau para o mylife
Também é fácil pensar assim. Não há informação de antecedentes, não se explica se o homem foi expoliado, enganado, teimoso ou inconsciente. É fácil contar mentiras dizendo só a verdade, como diz a Folha de S. Paulo(*). Aqui, não sei se foi o caso. Só sei que, com estes modos e com estas acções, se torna fácil prolongar o ódio.
(*) chapeau para o mylife
SOBRE FOTOGRAFIA
Confesso-me perdido no meio da fotografia: dizendo-o simplesmente, quais são as regras? Normalmente procuro ler uma fotografia como leio uma pintura, mas tenho dúvidas que as mesmas regras se apliquem. Como distinguir então o trigo do joio, o lixo informativo (que não informa) da obra de arte?
(Eu sei que este é um começo um bocado pomposo, mas bear with me)
As quase únicas armas de que disponho são as do meu gosto e dos meus sentidos - a fotografia indispõe-me? predispõe-me? inspira-me? desespera-me? - mas, como sempre marcado pela racionalidade do mundo, encho-me de dúvidas quando o caminho é inverso e são as minhas fotografias que partem ao encontro de olhares outros.
Havendo várias categorias de fotografia haverá várias regras? Mas as regras não são feitas para serem quebradas?
Acho que a diferença fica com quem as quebra, o olvido para quem as ignora.
(Eu sei que este é um começo um bocado pomposo, mas bear with me)
As quase únicas armas de que disponho são as do meu gosto e dos meus sentidos - a fotografia indispõe-me? predispõe-me? inspira-me? desespera-me? - mas, como sempre marcado pela racionalidade do mundo, encho-me de dúvidas quando o caminho é inverso e são as minhas fotografias que partem ao encontro de olhares outros.
Havendo várias categorias de fotografia haverá várias regras? Mas as regras não são feitas para serem quebradas?
Acho que a diferença fica com quem as quebra, o olvido para quem as ignora.
abril 06, 2004
FOR TOURISTS' SAKE
Lisbon, today. Weather: Sky:Clear ; Humidity:64 % ; Temperature:64 °F ; Wind: NNW 9 mph
abril 05, 2004
Dedicado a todos os presidentes de câmara que fazem flores com projectos que não pagam, a todos os seus acessores e demais "yes-men" que falam em nome dos respectivos patrões para lhes evitar comprometimentos futuros e a todos os presidentes, administradores e demais vigaristas de empresas municipais, públicas e privadas que encomendam projectos e assobiam para o ar quando chega a altura de pagar os respectivos honorários.
Portugal é corrupto, aldrabão e incompetente. O Estado lidera e dá o exemplo.
abril 04, 2004
Subscrever:
Mensagens (Atom)