abril 09, 2004

SÃO PAULO, AEROPORTO (II)

O comandante avisou que estavam 25 graus em São Paulo, mas nesta bolha artificial, o ar controla-se a 20. Os vidros fumados permitem ver um tempo que parece cinzento, com nuvens. Se aqui dentro é o deserto disfarçado com a feerie dos anúncios, lá fora é o deserto real: árvores esparsas, estradas, nada. Dizer 'estou em Sampa' parece-me forçado: a cidade fica a mais de meia-hora de distância, inacessível, longe. Longe.
Ainda duas horas para o vôo. Remeto-me a mais voltas à longo da gare. Ideia abstruza, escolher um destino que não é servido por ligações directas.

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