abril 09, 2004

SÃO PAULO, AEROPORTO (I)

Não há vida neste aeroporto. Apenas zombies que se deslocam de um lado para o outro, em busca de ligações, familiares, a saída. É um espaço cinzento, feito de betão à vista e neons desmaiados. Mcdonald's e Pizza Huts. Malas e carrinhos.
O vôo foi uma enormidade. Algumas companheiras de viagem crianças à solta num mundo que não lhes pertence: fumar na casa-de-banho, esgotar os stocks de whiskie, falar alto e falar grosso com a tripulação. Novos riquismos de quem se apanha com moeda forte na carteira.
Viva a globalização. A única loja decente é este casulo internético onde, por 10 reais a meia-hora, ocupo parte do tempo de espera com a necessária ligação ao meu mundo.

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