abril 14, 2004

A TERRA A QUEM A TRABALHA

Apesar do pragmatismo da cúpula do PT e do seu alinhamento com a política seguida pelo Palácio do Planalto (isto é, Lula e o seu Governo) é uma tarefa quase impossível conter todos os ventos que o partido semeou durante os muitos anos em que foi oposição. Um dos ventos que ameaça tornar-se num ciclone de grau incontrolável é o MST (Movimento dos Sem Terra) organização de extrema-esquerda que enquadra, organiza e promove a ocupação de fazendas (abandonadas ou não) pela multidão de camponeses expoliados, desocupados, oprimidos ou interesseiros que existem neste país e que sempre (directa ou subrepticiamente) esteve ligada ao partido.
Não pretendo analisar a justeza dos actos do Movimento até porque a informação que detenho é por demais escassa. O princípio - redestribuir a riqueza de um modo mais justo - parece-me obviamente bom, ainda que os métodos possam ser questionáveis.
O que me parece óbvio é a extrema incomodidade que as ocupações que vêm a ser feitas nos últimos tempos trazem ao Executivo. É fácil apoiar medidas radicais quando se está na oposição: só traz dividendos. Mais difícil é manter esse posicionamento quando se é poder e se pretende garantir o equilíbrio entre todos os interesses e, ao mesmo tempo, manter o equilíbrio na instável cadeira do poder.
Como diria um comentador de futebol, não vai ser um jogo fácil seu Lula, não vai ser não...

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