abril 14, 2004

QUOTAS BRASILEIRAS

Várias Universidades brasileiras decidiram implementar quotas para candidatos provenientes de minorias menos protegidas. Até aqui, parece normal. As estatísticas indicam uma percentagem muito baixa de licenciados originários das classes mais baixas e as quotas ganharam uma aura de sucesso nos países onde foram aplicadas no passado (nomeadamente nos Estados Unidos onde o Brasil vai buscar inspiração para quase tudo).
As coisas complicam-se com a nomenclatura utilizada: serão reservados 20% dos lugares para "negros" e "pardos". Se "negro" parece de identificação fácil, já "pardo" é de uma abrangência que promete dar muitas dores de cabeça aos seleccionadores. Como se identifica um "pardo" - pela côr? E o que é um "pardo" - um descendente de negros, de índios, de indianos? De norte-africanos ou turcos? Todos os candidatos, para além de declararam a côr da pele, terão de tirar uma fotografia no acto da candidatura que servirá de comprovante da côr anunciada. Eu vi uma candidata loura de olhos azuis dizer-se filha de negro (improvável mas não impossível: tenho uma familiar de pele branca e olhos azuis que tem uma avó negra): vi outra dizer-se filha de índios e cheia de dúvidas se era "parda" ou não...
Resumindo: de boas intenções anda este país cheio.

1 comentário:

Lâmina d'Água & Silêncio disse...

Tenho uma sobrinha - lindíssima por sinal e de olhos verdes mar - que é filha de meu irmão, neto de portugueses e tanto nosso pai, como minha mãe, são muito brancos. Eis que meu irmão casou-se com uma mestiça, filha de pai negro e mãe branca. Minha sobrinha tem pele dourada, traços de branco, cabelo liso escorrido, mas é descendente de negros. Não é parda, pois cor parda não existe. PARDO é coisa de gente burra, desinformada, que pensa que pardo é raça e o nosso ministério da (des)educação, através de um dos ministros do senhor Lula, teve a diarréia mental de largar no ensino básico e complementar, uma cartilha para todos os estudantes brasileiros, com o objetivo de fazer com que o ministério pudesse saber através de senso(???), "qual a raça do nosso estudante brasileiro"...

Conclusão: se nem o bendito ministério da educação, sabe que os estudantes do Brasil pertencem a raça humana, imagine só se esses serão capazes de ter a menor noção que seja, da cor desses mesmo estudante, que ainda estão sendo catalogados como sendo e pertencendo à raçados humanos... Afinal, para essa raça, só existe as conhecidas opções nas cores Negra, Amarela, Vermelha e Branca e o resto, são misturas e nós brasileiros, salvo a minoria do sul, somos mestiços e é dessa mistura que somos feitos e muito bem feitos, diga-se de passagem!!! Tanto que, como as quotas não estebelecem normas ou nuances de peles, há muitas chaces agora dos menos favorecidos financeiramente, galgarem uma possibilidade de cursarem o ensino superior...

Coisas que só poderão se realizar, devido a mais absoluta tapadice dos que acreditam que PARDO, é uma cor da raça humana!!!

Outro abraço!!!
Cristina