Inquestionavelmente, o PSD soube merecer ao longo dos seus 30 anos de vida o epíteto de enfant terrible dos partidos portugueses. Nem nos momentos de maior fervor partidário, com maiorias confortáveis e poder desmesurado disponível para a distribuição farta pelas inúmeras clientelas, se apagaram vozes críticas, mais ou menos iluminadas, mais ou menos despeitadas.
Pois agora parece ter chegado o momento para uma dessas vagas de fundo cíclicas como as que no passado abalaram Sá Carneiro, Sousa Franco, Pinto Balsemão, Mota Pinto ou João Salgueiro (este último, putativo vencedor do Congresso da Figueira da Foz onde um discreto ex-ministro trocou a rodagem do carro novo por 10 anos de poder quase absoluto).
Pacheco Pereira foi o primeiro a combater a entrega das chaves do partido e do país a Pedro Santana Lopes.
Marques Mendes juntou-se-lhe hoje.
Marcelo Rebelo de Sousa, elipticamente e com o brilhantismo habitual, demonstrou por A+B, na sua aula semanal na TVI, porque razão se posiciona do lado de lá da aparente unanimidade da consagração de PSL. Sem nomes, foi lapidar ao citar Sá Carneiro (brilhante: calar com Sá carneiro quem tem por gosto apresentar-se como o seu herdeiro dilecto) "acima da social-democracia, está a democracia e acima da democracia está Portugal."
Ah que saudades, ouvir alguém do PSD falar em social-democracia...
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