Não me interpretes mal - um filete de peixe-espada grelhado é um prato que não rejeito, mas dia-sim, dia-não, torna-se uma companhia sensaborona, não é, por si só, uma cantata de Bach, uma tela de Titiano, um peça de Wilde... Não, peixe-espada grelhado - apesar do azeite aromatizado com alecrim, das batatas novas cozidas em vapor e polvilhadas com cebolinho e das tiras de pimento vermelho - tem dias e tem tempos de intervalo.
Mas tenho a minha dieta, tenho as minhas restrições, tenho o meu profundo enjoo às proteínas da carne... e duas postas de peixe-espada já descongeladas a olhar para mim. À minha espera. Ansiosas, ofegantes, a clamar pela grelha quente.
Já te disse que sou teimoso?
Corto duas cebolas em oitavos (em quartos ficam grandes demais) e marino-as na quentura do azeite, assim devagarinho para perderem a crueza sem ganhar côr. Acrescento duas colheres de suco de tomate (não, não é dia para cirurgiar tomates frescos), espero uns tempos e acrecento as rodelas da courgette. O peixe segue-as a meio da cozedura. Dois dedos de vinho branco e três, quatro minutos depois fica-me o jantar substituto pronto e uma renovada apetência pela dieta.
Ele há dias.
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