julho 20, 2004

A GRÍTICA

Nos meses que passei por aqui já tive oportunidade de assistir às mais diversas estratégias de divulgação de um novo blog.
Há a atitude independente do estilo tou-me-a-cagar-para-a-audiência-quem-quiser-que-me-descubra. Há a atitudde contida, do estilo aqui-está-um-comentário-se-quiser-o-meu-blog-está-à sua-disposição-para-leitura. Há a atitude panfletária que consiste em inundar os comentários com excertos de posts, a maior parte das vezes sem nenhuma relação com o post anfitrião do estilo eu-sou-tão-esmagadoramente-bom-que-ninguém-se-vai-importar-por-esta-atitude-de-cuco. E há a atitude guerrilheira, estilo disparo-primeiro-pergunto-depois. No caso, ataco primeiro, justifico um dia destes.
Isto da experiência tem algumas vantagens. Traz-nos uma prudência que retrai um pouco o gesto, que impede o primeiro impulso de responder com o que nos vai no coração. Espera-se para ver o que, normalmente, é vantajoso. Poupa-se tempo e o atirador desmantela-se de moto próprio.
Concretizando: li os primeiros ecos no Projecto. Um blog de "leigos" a intentar uma página de crítica de arquitectura. Desconfiei. Leigos? Talvez estudantes, aspirantes a profissionais. Crítica? Bom, crítica é uma palavra grande, alberga muitas possibilidades. Esperei.
O anúncio do "programa" para o blog, pareceu-me uma tentativa de o "jornalizar" , tarefa difícil para um meio como este, mas que poderia ser interessante, se bem realizado. Tive, no entanto, uma suspeita: pareceu-me demasiada areia para tão pouco camião e mais uma tentativa encapotada para ganhar audiência através da colaboração alheia.
Há dias, uma diatribe contra um post do Daniel Carrapa. Pouco fundamentada. 'Aqui está a última fase: toca a polemizar para ganhar massa crítica', pensei. Como quem não se sente, não é filho de boa gente, teve a devida resposta. O que chega.
Resumindo, meninos: se a intenção é divertirem-se, fiquem sózinhos com as vossas private jokes. Se a intenção é séria, cresçam (bem) e apareçam depois.
Só voltarei ao assunto quando a página se merecer por ela mesma.


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