Para nós portugueses, a quem foi vedado desde o século XVI o contacto com outras ortodoxias que não a cristã romana, gestos e procedimentos simples de outras culturas quando integrados num ambiente ocidental aparecem-nos como quase exóticos, completamente fora do contexto.
Trouxe esta mostarda de Paris há uns anos porque ela se tornou a materialização de uma prática que me parecia arcaica - a certificação segundo os cânones judaicos de toda a comida - (ainda por cima numa coisa tão "inofensiva" como a mostarda) e porque achei extraordinária a preocupação de uma empresa forçosamente laica (e francesa e ocidental) em agradar a uma pequena fatia do seu mercado. Descoberta suficiente para guardar (religiosamente!) a etiqueta como exemplo do que pode ser tanto uma estratégia comercial abrangente como um acto de respeito para com uma comunidade em minoria.
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