outubro 03, 2004

CINEMA

O DVD tem esta atracção fatal que nos faz mergulhar na compra obsessiva e na obsessiva revisão de tudo o que nos marcou, de tudo o que nos deveria ter marcado, de tudo o que marcou alguém e do qual a nós chegou testemunho.
Ao rever hoje o Trois coleurs: Blanc, voltou-me a constatação de como está muito mais perto de mim o cinema europeu - do que sou, do que sinto, do que penso - do que qualquer super filme americano por mais bem realizado, bem escrito, bem interpretado que seja. Quer queiramos quer não, há uma matriz que nos forma - que nos condiciona, se a quisermos ver assim - e da qual só escapamos se nos fizermos cegos, surdos e mudos para o mundo.
O Trois coleurs teve ainda a virtude de me relembrar um dos mais importantes compositores contemporâneos que a bondade do cinema permite ouvir com regularidade: Zbigniew Preisner. Ele e Eleni Karaindrou, europeus, nossos. E apesar de tudo o que também delicia os meus ouvidos e que vem do outro lado do Atlântico, nada chega tão longe como o que deles oiço. Que me emociona, que me comove, que me alegra. Que mexe comigo sempre.

PS - Pode-se escutar Preisner aqui

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