agosto 11, 2004

CRÓNICA DE UMA CIDADE QUE CAI

Depois de umas sardinhas no meu restaurante de coração do Bairro Alto (sim, o 1º de Maio qual haveria de ser?) um percurso higiénico até à Baixa. Não foi preciso procurar para me saltarem à vista exemplos múltiplos da falácia que é a recuperação de edifícios antigos. Deixo dois exemplos, muitos há, no caso presente de obras aparentemente particulares - aquelas "entidades" em quem o Estado liberal confia para livrar Lisboa de chagas e mazelas arquitectónicas:

1 - Bairro Alto, prédio recuperado há pouco


São já nítidas as infiltrações, fruto provável de um tratamento dado a correr à cornija, juntas mal colmatadas ou cobertura mal assente. O que fica são os prováveis compradores com uma dívida ao banco e um andar acabado de comprar com patologias exteriores e, provavelmente, interiores.

2 - Largo de Camões, Chiado


Esta terá sido uma das obras "civis" mais polémicas dos últimos anos, uma história mal contada de reabilitação com apoios camarários para uma cooperativa de filhos e conhecidos de autarcas (corrija-me quem a melhor saiba contar). As obras pararam, recomeçaram, aparentemente o prédio ainda não está habitado. Não está habitado, mas já tem queixas. Veja-se a parede manchada no penúltimo andar antes da cobertura, aqui o problema parece vir da varanda superior. Pior, no entanto, para uma obra seguida oficialmente pelos técnicos da autarquia, é a conduta de ventilação que termina curta ao lado da janela do sotão. Então os regulamentos servem para quê?

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