Peça surrealista num dos telejornais de sábado passado: uma dúzia de monges tibetanos impedidos de exercer o seu direito democrático à opinião. Sim, eram monjes tibetanos, viam-se à distância os seus crânios rapados. Só não percebi porque é que em vez dos seus trajos côr de açafrão vinham de t-shirts pretas e nos pés, ao invés das sandálias de couro, óptimas para esta canícula, traziam doc-martens bem ensebadas. Nem porque é que, em vez dos tantras que nos habituámos a ouvir das suas bocas gritavam o nome da rena do pai-natal rodolfo é, rodolfo é. É uma rena, isso até eu sabia.
Mais surrealista foi descobrir num desses monges um empregado de uma loja que costumo frequentar. É um rapaz simpático, bom profissional, já me tem resolvido um ou outro aperto com boa vontade. Quem o diria tão religioso...
Pois é. Eles andam por aí. E qualquer dia, com o descrédito que a III República já leva, começam a bater-nos à porta...
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