agosto 09, 2005

CADERNOS DE VIAGEM - TRANSEUROPA (XIV)

INCÊNDIOS

Nos jornais que fui tendo oportunidade de ler durante a viagem, referências de Portugal só as pude ler por conta dos incêndios que por cá lavraram (e ainda continuam). No Figaro de 28 de Julho (e se não foi neste dia, foi por ali perto; confesso que me esqueci de escrever a data no recorte) o "enviado especial" a Vila de Rei, Stéphane Kovacs, escreve:

"(...) sem que nada mude, neste país "habituado" a ver assim desaparecer, em média, cerca de 90.000 hectares de floresta por ano (...)"

Habituado. Sim, como habituados estamos a ouvir "(...) (o novo ministro do Interior, António Costa) garantir aos bombeiros "um equipamento para todo o ano" como uma "alta prioridade" ou "(que) o problema estará "resolvido no próximo ano"". Qualquer que seja o ministro, qualquer que seja a côr política do governo.

A extraordinária desfaçatez com que os responsáveis atiram as culpas para os outros, a despreocupação com que encararam a seca que por aqui grassa desde o princípio do ano, a incompetência com que (não) resolveram os problemas. Os políticos são beras mas os serviços... por onde andam os técnicos das secretarias e direcções-gerais? A encolher os ombros porque as chefias não os deixam fazer nada? Porque não é da sua responsabilidade? Porque não há meios? Porque não lhes pagam para isso?

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