fevereiro 15, 2006

PIRILAULAND


A deriva para o politicamente correcto que se acentuou em Portugal desde o consulado Guterres e tem a sua expressão gloriosa nas recentes declarações do estimado ministro dos Negócios Estrangeiros (ai a culpa cristã que ataca tão tarde!!!) - as caricaturas são uma ofensa mortal a quem, coitado, tão solidariamente vive com as suas conterrâneas e com o resto do mundo e é o Ocidente quem se deve vestir de burel e, de corda ao pescoço, ir de joelhos a Meca (a Teerão? a Khartum? a Cabul?) pedir perdão pelos erros dos antepassados - sofreu - na aparência - um revés em Lisboa com a conclusão da trilogia machista que coroa o Parque Eduardo VII.


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Iniciada com a construção do parque com a erecção (na verdadeira acepção do termo) de dois falos duplos coroados com douradas palmas de louros (repare-se na mensagem subliminar: as gloriosas e heroicas pilas portuguesas valem por duas!), a homenagem continuou com o monumento ao 25 de Abril: uma pila (ainda que recusando as proporções johnholmianas do Estado Novo) em permanente ejaculação, fortemente apoiada na sua erecção por dinâmicas escoras (dizendo: o pau revolucionário português está sempre em pé, sempre em acção, sempre em orgasmo) e tem agora o seu apogeu com a implantação do mastroide que suporta a bandeira nacional (que melhor propaganda? o pau português é grande e bom e desfralda-se ao vento faça quente ou faça frio seja Verão ou seja Inverno - a prick for all seasons (adoptando desde já este blog o choque tecnológico de ir falando em inglês).


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Quem olha do Marquês, o que vê? Uma floresta de falos, a encimar a cabeluda colina do parque. Uma pirilauland. Propaganda, homenagem, vanglorice. País de machos latinos que somos.

Ou isso ou, considerando os costumes nocturnos da zona, tudo ser antes uma bem urdida conspiração da nossa terceira via para os publicitar.

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