fevereiro 19, 2006


A fé das pessoas comove-me. Há uma parte da minha infância , do misterioso, do deslumbramento perante o milagre que retorna e, por momentos, anula o ser excessivamente racionalizado que sou. A emoção a derrotar a razão.

Aprecio pessoas que têm fé. Que norteiam a sua vida por essa bússula de certezas. Têm um foco. Não desanimam. Apesar de todas as contrariedades, têm um objectivo que os orienta.

Não posso deixar de constatar que, extensiva que é a todas as religiões, também falamos de pessoas com fé quando referimos os integrantes das violentas manifestações contra as caricaturas de Maomé ocorridas nas últimas semanas nos países muçulmanos.

O que me faz pensar em qual seria a reacção das centenas de milhar de pessoas hoje reunidas em Fátima se um bispo mais colérico resolvesse, por exemplo, alertar de cima do púlpito, para a blasfémia que constitui um filme como o "Je Vous Salue Marie". Ou uma eventual caricatura da irmã Lúcia e dos restantes pastorinhos . Há por aí um não-crente à mão?

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