Há uma notícia que me martela os ouvidos desde o princípio da manhã via TSF e que irrita, irrita, irrita. Uma qualquer menoridade ministerial israelita (pois, não é só por cá) arroga-se o direito de conceder ao seu país poder não só sobre os vivos mas também sobre os mortos: segundo ele, Arafat não será "autorizado" a ser enterrado em Jerusalém porque "em Jerusalém só se enterram os reis judeus e não os teroristas árabes". É imbecil, é pesporrento. É um pecado. É tão para além do que deve ser o objectivo de um Estado e de uma Religião - a procura de uma convivência justa entre todos os homens - que me deixa sem palavras.
Só um pequeno comentário: eu sei que a definição do bem e do mal é relativa e que a última palavra cabe sempre aos vencedores. Mas, para além do credo e da nacionalidade, qual é a diferença entre o terrorismo que foi o de Arafat e o terrorismo que foi o de Begin, Dayan, Rabin, Shamir ou Sharon (e reporto-me só aos atentados e assassinatos que os mesmos efectuaram contra as tropas inglesas antes da criação do Estado de Israel)? Estar-lhes-à também vedado para todo o sempre o caminho do Paraíso?
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