A Escola Superior de Música tem a sua sede num edifício sem condições, cujo senhorio é a Companhia dos Caminhos de Ferro de Benguela.
E nesta frase de pouca profundidade e pouco mais que sentido informativo estão contidas várias pobrezas, a maior das quais será talvez a de vivermos num país sem tino suficiente para se regrar. Se não, vejamos:
1. A ESP tem a sua sede num edifício sem condições. Pobre país este que, desperdiçando tanto em instalações faraónicas (veja-se o que o próprio ministro das Finanças - demagogia à parte - disse sobre os gastos desnecessários em instalações para serviços do Estado aquando da abortada tentativa de venda dos imóveis estatais), não encontra meios de assegurar condições efectivas de funcionamento a uma das instituições que garantem a continuidade da cultura musical em Portugal.
2. O senhorio é a Companhia dos Caminhos de Ferros de Benguela. O senhorio nem capacidade tem para renovar a sua própria infraestrutura, quanto mais as infraestruturas dos outros! Pobre país este que não assegura - na lei e na prática - a manutenção do parque edificado, quer através dos meios de autosustentabilidade dos mesmos (rendimentos suficientes para o pagamento das despesas de manutenção e conservação) quer através da fiscalização do seu estado de conservação.
Perceberam?
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