fevereiro 04, 2005

BOA RESPOSTA, BUT YOU'VE MISSED THE POINT

Lourenço, eu bem sei que te provoquei mas a frase que contestava não era a tua. Se reparares, o que me perturba é mesmo a junção das palavras "arte" e "fechar" - isto porque, para mim, se há acção que se possa atribuir à arte é precisamente a de "abrir", no seu sentido mais figurado.
No entanto se, de acordo com a tua definição, nos centrarmos no autor e não no abstracto - " (é) o modo como o homem decide encerrar o espaço" - não tenho grandes objecções a pôr.
Ou tenho?
Estava a escrever-te isto e lembrei-me do Corbusier e dos seus seguidores no que respeita à sua tentativa de contrariar esse movimento de introversão que até aí, a arquitectura sempre tentara: a casa como refúgio, a casa como barreira ao exterior, a casa como extensão misantropa do ser. De como nos seus projectos o espaço público transpõe a fronteira - e de como, muitas das vezes, essa é uma experiência que é mal acolhida pelos seus habitantes. Não será esta arquitectura também? E no entanto, literalmente, aqui o homem decide não encerrar o espaço...
Entretanto, com o João a perplexionar-se, a conversa começa a ser interessante. Ainda que, por enquanto, os argumentos tenham ficado a meio - o espaço é, evidentemente a ausência de vazio (eu ia a escrever que vazia, só a folha de papel antes do trabalho do arquitecto mas lembrei-me que mesmo esse espaço está carregado com a vivência prévia do artista) e...?

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