maio 04, 2006

LUA


José António Saraiva, ex-director do Espesso e colunista político que raramente tinha dúvidas mas muito se enganava, apresentou ontem à comunicação social e centrais de publicidade o projecto de um novo semanário.

Com nome de detergente e um inconfessado complexo de Édipo (cobiçando a mãe Fama&Fortuna ao pai Balsemão), o Sol apresenta na estrutura accionista, na direcção, nos quadros redactoriais, uma ampla e esmagadora maioria de antigos funcionários do jornal de referência dos fins-de-semana.

O que me causa perplexidade é ninguém se ter preocupado com a seguinte questão: se Saraiva foi varrido para uma prateleira superior no seu antigo jornal face às visíveis quebra de audiência e esgotamento de formato e conteúdos que o mesmo apresentava, quem é que no seu perfeito juízo acreditará ao ponto de investimento que um projecto feito pelas mesmas pessoas, com as mesmas ideias e as mesmas soluções obterá um resultado diferente? Não faz Semanários ou Independentes quem quer e muito menos quem por eles foi derrotado nos primeiros anos...

(Claro que se pode ler a história ao contrário: o Expresso ainda cá está e os outros dois estiolaram. Mas nem assim a comparação se torna favorável para a futura Nuvem...)

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