dezembro 02, 2004

Terça-Feira
O Presidente da República recebe o Primeiro-ministro e não aceita o nome do novo ministro dos desportos. "Fontes" da Presidência revelam aos jornalistas que o Presidente irá demitir o Governo o que leva a que as televisões revelem a "cacha" antes do final da audiência. O Primeiro-ministro, numa declaração ao jornalistas à saída da audiência com o Presidente da República, anuncia o seu despedimento.
Quarta-Feira
Feriado. Os canais televisivos desdobram-se em mesas-redondas, análises políticas e comentários ao despedimento do dia anterior. O Presidente da República diz que não fala à porta de casa mas que, no dia seguinte, fará uma curta declaração. Durão Barroso, primeiro-ministro de Portugal até há 4 meses, actual presidente da Comissão Europeia, responsável pela indicação do seu sucessor, diz que não comenta "política interna de um Estado-membro". António Guterres, penúltimo primeiro-ministro, comenta "o pântano" que se mantém e acrescenta que foi a necessidade de clarificação do mesmo que o levou a demitir-se há três anos atrás.
Quinta-feira
O Presidente da República declara que nada tem a declarar porque ainda não tomou nenhuma medida: o Parlamento não está demitido, o Governo ainda está em funções. Todos têm legitimidade para continuar a fazer o que estavam a fazer e quando tomar alguma medida fará uma comunicação ao país. Todos os partidos começam a apresentar as estratégias a seguir para a campanha eleitoral próxima.
Recomeça o julgamento do "Caso Casa Pia". O circo mediático televisivo reinicia-se, com dezenas de reporteres à volta do tribunal e inúmeras ligações televisivas "em directo".
É. Às vezes este país não passa de um grande circo.
Está cheio de malabaristas. E de palhaços.

Sem comentários: