junho 29, 2006

ELE HÁ MOCAS


O presidente em simultâneo da Câmara de Viseu e da Associação Nacional de Municípios, recomendou aos seus munícipes, numa sessão pública, o uso das pedras como dissuasor dos actos oficiais dos fiscais do Ministério do Ambiente que lhes estejam a embargar as obras.

"Corram-nos à pedrada!" disse o muito claro Fernando Ruas, numa clara tentativa de substituir o desbocado Jardim como bobo da República.

"Falei figurativamente!" disse o já mais esquivo Ruas no dia seguinte, sucumbindo à portuguesa tentação de dar o dito por não dito, neste país de águas turvas e de declarações verdadeiras num dia e erradas no dia seguinte, "um treinador de futebol também fala de mata-mata e não quer matar ninguém".

Ora aí está. Nada como uns pontapés na lei e na ordem para contentar o povinho manhoso, habituado a ignorar a lei quando se trata de obras privadas e de acordo com o bem-estar pessoal.
Pois deixe-me dizer-lhe senhor Ruas-de-amargura que declarações como as que fez, incitando à desobediência pública e desrespeitando os representantes do Estado, na boca de um representante desse mesmo Estado eleito em sufrágio popular são mesmo de um rematado filho da puta. Isto falando figurativamente, claro.

junho 27, 2006

JOY IN THE WORK


Espero que este texto que recebi por mail tenha sido mesmo escrito e distribuído numa multinacional a laborar em Portugal. Não é todos os dias que se vai assim tão longe na disponibilização de uns momentos de boa disposição aos funcionários. Quanto a mim, desde o video da campanha de Manuel Maria Carrilho que não me divertia tanto com o resultado incorrecto saído do uso de tantas expressões correctas...

Circular Interna (verídica) de uma multinacional americana em Portugal (no Porto), contra a linguagem dos trabalhadores do Norte.
"It has been brought to our attention by several officials visiting our corporate Headquarters that offensive language is commonly used by our Portuguese-speaking staff. Such behavior, in addition to violating our Policy, is highly unprofessional and offensive to both visitors and colleagues. In order to avoid such situations please note that all Staff is kindly requested to IMMEDIATELY adhere to the following rules:
1) Words like merda, caralho, foda-se, porra or puta-que-o-pariu and other such expressions will not be used for emphasis, no matter how heated the discussion.
2) You will not say cagada when someone makes a mistake, or ganda-merda if you see somebody either being reprimanded or making a mistake, or que-grande-cagada when a major mistake has been made. All forms derivate from the verb cagar are inappropriate in our environment.
3) No project manager, section head, or executive, under no circumstances, will be referred to as filho-da-puta, cabrão, ó-grande-come-merda, or vaca-gorda-da-puta-que-a-pariu.
4) Lack of determination will not be referred to as falta-de-colhões or coisa-de-maricas and neither will persons who lack initiative as picha-mole, corno, or mariconso
5) Unusual or creative ideas from your superiors are not to be referred to as punheta-mental.
6) Do not say esse-cabrão-enche-a-porra-do-juízo if a person is persistent. When a task is heavy to achieve remember that you must not say é uma-foda. In a similar way, do not use esse-gajo-está-fodido if colleague is going through a difficult situation. Furthermore, you must not say que-putedo when matters become complicated.
7) When asking someone to leave you alone, you must not say vai-à-merda. Do not ever substitute "May I help you" with que-porra-é-que-tu-queres?? When things get tough, an acceptable statement such as "we are going through a difficult time" should be used, rather than isto-está-tudo-fodido.
8) No salary increase shall ever be referred to as aumento-dum-cabrão.
9) Last but not least after reading this memo please do not say mete-o-no-cu. Just keep it clean and dispose of it properly. We hope you will keep these directions in mind.
Thank you.

junho 26, 2006

OH SIM, OS PRAZERES

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Lugares de culto hedonista por excelência. Lugares onde a dimensão do túmulo acentua o esquecimento da morte (quem conhece, cem anos depois, o maduro que investiu milhões no vão monumento à sua imortalização?).


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(Quem foi o Ernesto de Seixas?)

Se há lugares onde um nome foi bem escolhido, este ultrapassa-os. É um prazer ver tão tolas ambições deitadas por terra pelo pó dos anos


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(Quem foi a Virginia O'Donnel?)

É um prazer descobrir tipos tão demonstrativos de uma época.


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(Quem foram os Carvalho Monteiro?)

É um prazer descobrir imaginações delirantes na utilização dos cânones arquitectónicos de casas para vivos em lugares de depósitos de mortos.


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É um prazer passear debaixo da sombra e do cheiro dos jacarandás.

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Encontrar vasos rituais que um ser mais iconoclasta confundiria com penicos.

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Saber que há tontos homens que pensam comprar o silêncio da morte. Bah.

junho 15, 2006


"Vão ter com os Estados a saber quem dá mais e vão ter com os trabalhadores a saber quem recebe menos", diz Jerónimo de Sousa, a propósito das deslocalizações das fábricas de empresas multinacionais.

Mas não foi assim que Portugal conseguiu a Auto-Europa?

LISBOA, PÓS-ANTÓNIO



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Lisboa, manhã adormecida do dia de S. António, na ressaca da festa nocturna. Em Alfama, as brigadas de limpeza da CML já estavam em acção. Na Graça, dormia-se em sossego.

LISBOA BOA



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Não tenho a certeza disso, mas vale pela declaração de amor.

junho 01, 2006

SIM, SIM...


Só mesmo quem nunca passou pela Função Pública é que pode achar que, pelo facto de passar a haver menos funcionários, a produtividade vai aumentar.

É que é já a seguir.

MOBILIDADE ESPACIAL


Perante a nova iniciativa governamental de criar a figura de "Mobilidade Especial" para os fujncionários públicos considerados excedentários, o ministro das Finanças não considera que esta seja um "convite descarado aos funcionários para saírem da Função Pública".

Se se confirmar que passarão a ter um vencimento equivalente a 87% do seu salário base e a possibilidade de, ao fim de 1 ano, acumularem com um segundo emprego, eu acho que é um convite descarado a que ninguém se vá embora.

BABY FLOP


A taxa de natalidade em Portugal continua a decrescer. Em 2005 foi a mais baixa dos últimos 11 anos.

Há uns meses, comentava entre amigos que uma das múltiplas razões que contribuiam para este facto era a falta de uma política de apoio à família. Expressões de espanto e contestação imediata de dois dos presentes - por coincidência secretários de Estado deste Governo - que não entendiam "o que é que a família tem a ver com o ter filhos".

I wonder.